Jogo duro de assistir, protagonizado por quebradores de bola. O gran finale veio numa falha ridícula da nossa defesa. Outras falhas ocorreram, em especial as de sua excelência, o homem do apito, que influenciaram diretamente no resultado catastrófico. O pênalti cometido pelo goleiro adversário, uma voadora deslavada contra o corpo franzino de Deivid, entra para a história do futebol brasileiro como uma tentativa de homicídio transmitida ao vivo para alguns milhões de expectadores. Só sua excelência não viu. Ou, para ser mais justo, também não viu nada o lamentável comentarista da rede que monopoliza as imagens do campeonato. Quase sem voz, o ilustre especialista insistiu, durante alguns minutos, em destacar o caráter supostamente polêmico do lance, enquanto a agressão consumada se mostrava sem retoques.
Mas, mesmo com esse erro grotesco da arbitragem, que também deixou de expulsar João Paulo após uma entrada desleal num dos nossos, não há o que justifique a derrota. Jogamos mal, igualamo-nos em mediocridade ao outro time, não fizemos quase nada. Falta-nos personalidade, objetivo, vontade de chegar mais longe. Tudo isso é reflexo do clube dividido que somos, da diretoria esquizofrênica que temos, com suas manias de grandeza e seu ódio à torcida, do futuro esplendoroso que não chega nunca.
Como de costume, fizemos respirar mais um defunto. Resta torcer para que essa triste e filantrópica vocação não se repita no sábado, diante de um América esfacelado.