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21 set 2016 - 16h53

O fim de uma Era

Estou cada vez mais reflexivo com relação às obscuras situações que circundam o Atlético. Tais reflexões, por consequência, me levam a alguns questionamentos:

1. Somente eu não me sinto mais ‘em casa’ na fria Arena da Copa?

2. Somente eu acha que nossa torcida está comum? Fria, chata, reclamona, impaciente e pouco vibrante?

3. Somente eu acha que o marketing/site do Atlético fala de outro time e vive em outro mundo?

4. Somente eu sente-se desestimulado em ir para o estádio para ver um espetáculo deplorável em campo (na boa, é um horror ver jogo do Atlético)?

5. Somente eu acha que já deu, e tá na hora de mudança?

A resposta para a última pergunta nos leva às demais. Petraglia e os seus entendem muito de negócios. Palmas para eles. Por entenderem muito de negócios, eles NUNCA entenderão de futebol. Futebol é outra coisa. Futebol não é racionalizado em uma planilha de Excel. Futebol não é feito com análise de orçamento e pensamento de longo prazo. Futebol é paixão. Futebol é sentimento.

Enquanto Petraglia estiver no poder, esqueça investimento em futebol. Sabe a razão? Por não ser viável financeiramente. Por não ser visível em números o retorno de tal investimento.

Enquanto Petraglia estiver no poder, os Marcos Guilhermes da vida continuarão jogando (com anuência dos treineiros) mesmo sendo visível que jogadores desse nível não possuem condições de serem profissionais. Sabe a razão? Pelo investimento feito neles desde a base.

Enquanto Petraglia estiver no poder, ele vai continuar achando que o torcedor tem obrigação de ser sócio do clube. Sabe a razão? Pelo modelo europeu que Petraglia insiste em seguir num mercado sulamericano.

No início 2005, o Internacional de Porto Alegre era um clube pífio e patético. Naquele ano o clube inverteu sua linha de raciocínio com a ‘Política Pé na Lua’ (matéria da revista Placar, à época). Investiram em contratações de peso. Hoje(ignorando essa má fase sazonal e surpreendente), 10 anos depois do início desse pensamento, o Inter acumula uma hegemonia regional sólida, 2 taças Libertadores da América e 1 título Mundial FIFA. Além de mais de 120 mil sócios.

O Palmeiras vinha apanhando, não só de seus rivais diretos mas também acumulando vexames históricos, incluindo dois rebaixamentos para a série B. No início de 2015 contratou um novo diretor de futebol (Alexandre Mattos) e contratou. Contratou a rodo. Errou em algumas aquisições mas acertou em cheio em outras. Líder do Brasileirão, atual campeão da Copa do Brasil e com sua arena lotada em TODOS os jogos.

Desde o início do ano perdemos a base de um time que já não era lá essas coisas, mas tinha uma proposta de jogo. Perdemos Vilches, Eduardo, Jádson, Ewandro, Vinícius e Walter. Exceto Walter, não são craques mas eram boas opções e, alguns, titulares da equipe campeã paranaense. Não só perdemos jogadores (muitas vezes por não renovarmos contratos de empréstimos por não querermos investir e acharmos que a base vai dar conta) como também não contratamos à altura e de acordo com a necessidade. Exceto Lucho González que agrega muito para nosso setor mais carente que é o meio campo, as outras negociações foram por oportunidade somada ao baixo investimento. Onde está o lateral-esquerdo? Aguentamos o fisicamente fraco Sidcley o ano todo.

A culpa pela Arena fria, vazia e reclamona é da gestão Petraglia. Nosso estádio é frio por conta do processo de ‘gentrificação’ pelo qual passou. A elitização da Baixada é evidente. Cadê o povão atleticano? O mais cruel é que esse processo de elitização foi proposital. Petraglia, um recado: pobre também consome. Alguns virão com o argumento de que R$100,00 ou R$150,00 por mês não é muito. Para esses eu pergunto: você já fez gato na conta de luz porque não tinha dinheiro para pagar? Você já teve que pendurar conta na mercearia porque tava sem dinheiro mas você tinha que comer? Você já teve que ir para o colégio/faculdade a pé para poupar o dinheiro do transporte? Se você respondeu SIM para uma dessas perguntas, você sabe que ‘cenzão’ faz falta. Se você respondeu NÃO eu lhe invejo. Mas você não entenderá NUNCA o valor de cem reais no orçamento da maioria das famílias. Ingressos baratos e planos acessíveis ao povão JÁ!

Esqueçam 40 mil sócios. Vamos para um número plausível: 30 a 35 mil sócios. Só teremos 30k ou 35k sócios quando o time contratar. Não adianta inverter a lógica do pensamento da classe média brasileira. Temos muito mais carro vendidos financiados do que cartas de crédito de veículos negociadas. Sabe o motivo, Pet? Brasileiro quer ver o bem e pagar e NÃO pagar para ao final ver o bem. Você não irá mudar isso.

Agora uma reflexão: nossa torcida, até pela mudança do perfil da mesma desde a inauguração da Arena em 1999, está MUITO chata. Achamos que o CAP é o Barcelona ou o Bayern. Achamos que o jogador não pode errar passe ou finalização. Pessoal, vamos acordar. O papel da torcida é torcer. Só podemos fazer isso. Então que seja apoiando. Ao final do jogo, se o resultado não vier, reclamamos todos.

Petraglia, deu pra ti e pros teus. Agradecemos pelos serviços prestados, mas você não é dono do meu Atlético. Contratações de peso JÁ. Arena lotada JÁ. Quero meu Atlético de volta. Quero voltar a ir pro jogo três horas antes e ser um dos último a sair. Menos Espaço Gourmet e mais pão com bife!



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