22 set 2016 - 15h55

Bateria da Fanáticos pode não entrar mais na Arena

Depois de uma série de protestos e ações, a Fanáticos decidiu não mais cobrir a bateria para ir aos jogos e faria sua primeira aparição, depois da proibição do clube, no jogo contra o São Paulo, no domingo passado. No entanto, a bateria foi barrada mais uma vez e a TOF decidiu que não entrará mais com os instrumentos até que um diálogo exista entre a diretoria e as torcidas.

Renato Martins, relações públicas da TOF, diz ainda que a bateria poderá ficar de fora do Atletiba, em outubro, se o clube não ceder. “O clube não dá mostra que cederá e nós já decidimos que cedemos em prol do time por 5 meses, queremos no mínimo a volta do diálogo para que a bateria volte”, afirmou.

A diretoria defende a extinção das organizadas porque acredita que estas só servem para a violência e prejudicam o andamento do clube e do futebol. Mas, para Renato, a extinção da organizada só garante o fim de faixas, bandeiras, camisas e bateria, e não da violência. E, para casos como esse, a TOF estaria disposta a assinar um termo de ajuste de conduta e botar em papel quaisquer outras questões. “O que nós queremos acertar é a liberdade para torcer, torcer não é crime, queremos poder fazer nas arquibancadas o que sabemos fazer de melhor”, disse.

Sobre a entrevista dada pelo presidente do Conselho Deliberativo, Mario Celso Petraglia, à rádio oficial, Renato contou que pediu direito de resposta e foi ignorado. Ele ainda desmentiu o presidente dizendo que a torcida já tentou entrar com faixas e bandeirões sem a marca da Fanáticos, e mesmo assim foram barrados, e que a TOF não é responsável pelo afastamento de torcedores do estádio. “Não podemos aceitar sermos generalizados como marginais, porque se o problema é a nossa marca, a esta altura o Atlético já estaria com 30 mil sócios com o retorno das famílias”, comenta o relações públicas sobre as afirmações de Petraglia.

Apesar da ausência dos materiais, a Fanáticos continuará indo aos jogos e apoiando o time no grito, mas enquanto o diálogo não for estabelecido, a Arena ficará em silêncio por mais jogos.

Histórico

O embate entre as organizadas e a diretoria do Atlético já completa cinco meses. Desde abril a diretoria vem proibindo as organizadas de trazer materiais com seus símbolos para a Arena. A bateria também foi barrada por várias vezes e, por outras, foram obrigados a entrar com os equipamentos cobertos por TNT.

A diretoria defende que a decisão foi por causa de atos violentos comandados pelas organizadas ainda no Paranaense, como as ameaças a Walter e a emboscada ao ônibus com os jogadores. Segundo a decisão, os materiais estariam proibidos por tempo indeterminado, mas o clube chegou a voltar atrás algumas vezes e enfrentou o protesto da TOF, que permaneceu em silêncio nos jogos ou proferiu palavras de ordem contra Petraglia.

Em junho, o Atlético soltou uma nota oficial se posicionando pela extinção das torcidas organizadas, listando 7 motivos pelos quais acredita que as torcidas são “a morte do entretenimento civilizado”. O clube ainda contratou uma bateria de escola de samba para tocar no estádio e chegou a colocar microfones nos instrumentos.

Além da Fanáticos, a Ultras também vem enfrentando problemas desde 2012. A organizada tem um processo na justiça para poder voltar a ter o direto de entrar com seu material. A diretoria chegou a conversar e algumas faixas foram vistas, mas logo tudo foi barrado novamente.



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