26 set 2016 - 11h38

Após estreia de Lucho, confira análise sobre o atleta

O meio-campista argentino Lucho González fez sua estreia com a camisa do Atlético e já pode mostrar um pouco suas características para a torcida presente no duelo contra a Ponte Preta, vencido por 3 a 0 pelo Atlético, na Arena, pela 27ª rodada do Campeonato Brasileiro.

O jogador saiu aplaudido, após jogar como centralizado no meio de campo e mostrar muita vontade, até ser substituído no segundo tempo. Ao fim do jogo, ele foi elogiado por Paulo Autuori pela experiência e papel em campo: “É um jogador com muita inteligência tática e competitivo. Ele estreou e isso mostra a experiência dele e, acima de tudo a coragem, sem ter treinado muito. Ele vai ser muito importante para o nosso nível competitivo e capacidade de liderança para ajudar o Paulo (André), o Thiago (Heleno) e o André (Lima), os jogadores mais experientes do grupo”, disse, ao fim do jogo.

Enquanto esteve presente no jogo, Lucho acertou 16 passes, errou seis, sofreu uma falta e não deu nenhum chute ao gol. O jogador mostrou que deve ser um “maestro” da equipe, mas não deixou de lado características marcantes de sua carreira, como a ajuda na recuperação de bola e marcação. Confira o histórico, em números, do atleta e o que esperar dele para o futuro.

Meio campista voluntarioso e com habilidade

Lucho González sempre se destacou como meia apoiador, que transita bem do centro para o lado direito do campo, chegando bem ao ataque. Foi essa a característica que o projetou no River Plate e o levou ao Porto e à Seleção Argentina, pelo qual conquistou o ouro olímpico em Atenas 2004.

Atuando como o “motorzinho” da equipe, Lucho foi decisivo nos torneios nacionais que o River ganhou em 2003 e 2004, fazendo com que o jogador fosse lembrado por Marcelo Bielsa para disputar as Olimpíadas naquele momento. Nessa primeira passagem pelo clube argentino, foram 82 jogos, com 17 gols anotados.

O bom futebol de Lucho fez com que o Porto abrisse os olhos para o meia e o contratasse em 2005. Ao todo, foram 229 jogos e 57 gols, anotando também 36 assistências. O jogador se transformou em peça chave de uma equipe vitoriosa: o Porto conquistou um tetracampeonato português durante sua passagem (2005 a 2009). Isso foi o suficiente para que o Olympique de Marselha desembolsasse 29 milhões de euros na contratação do atleta.

A primeira temporada em Marselha foi positiva, repetindo as boas atuações que o destacaram na Argentina e Portugal. O meia foi importante no título francês de 2009/2010, mas depois disso não teve as mesmas atuações. O declínio técnico o fez conviver com o banco de reservas em alguns momentos. Apesar de ter marcado 21 gols e dado 24 assistências em seus 124 jogos em Marselha, aos poucos Lucho se tornou um coadjuvante no Olympique. Isso fez com que em 2012 o argentino voltasse ao Porto, clube onde viveu sua melhor fase técnica.

Sua volta ao Porto foi celebrada pelos torcedores, mas definitivamente Lucho já não era o mesmo. Apesar dos esforços para voltar a jogar em alto nível, o jogador também se tornou coadjuvante na segunda passagem por Portugal, o que o levou ao Al-Rayyan, do Catar. No Oriente Médio, atuou pouco: 14 jogos, com apenas 2 gols e 2 assistências. Era hora de voltar ao seu país de origem e ao clube onde surgiu para o futebol internacional.

Apesar de revelado pelo Huracán, foi no River Plate que se tornou um jogador de alto nível e alcançou a seleção e o futebol europeu. Lucho chegou em Buenos Aires no momento em que o clube disputava a fase final da Libertadores 2015, que coroou o tricampeonato continental do River Plate. Fez parte de um momento muito bom do clube, disputando também um Mundial de Clubes e ficando com o vice-campeonato. Porém, novamente o meia não jogou bem e passou a maior parte da sua segunda passagem no banco de reservas. Preterido por outros meias do elenco, perdeu espaço, e foi essa situação que facilitou sua vinda para o Atlético.

Opinião – Um novo Paulo Baier?

O Atlético não conta com um meia experiente e cadenciador, especialmente por ter um elenco muito jovem e razoavelmente inconstante. O último meio-campista armador experiente no Atlético, foi Paulo Baier, que jogou no clube de 2009 a 2013 e foi determinante no acesso à Série A, em 2012, quando teve o papel de líder, muitas vezes no banco, e em 2013, titular absoluto no vice-campeonato da Copa do Brasil. É possível fazer uma referencia ao jogador, tanto no aspecto tático quanto pela experiência.

É preciso levar em conta que o argentino já não é aquele jogador do Porto e ainda não se reinventou na posição de meio campo. Baier já havia se estabelecido como meia de criação pelo menos cinco anos antes de chegar ao Furacão; Lucho não tem rendido na posição que o consagrou e não foi testado com regularidade nesse papel de “camisa 10”. Apesar disso, o jogador possui uma carreira mais vitoriosa e experiência internacional, o que deve render uma referência de liderança ainda maior sobre o elenco atleticano, além de ser superior tecnicamente.

Pode ser que retome sua movimentação de antes ou que assuma o papel de meia organizador, podendo até auxiliar mais na marcação de meio campo. É importante que a torcida espere Lucho ter uma sequência de jogos para depois projetar um futuro para ele no Atlético e se ele cumprirá uma função parecida com a que fez Paulo Baier, seja em campo ou pela experiência com grupo, ou terá uma função diferente em sua passagem pelo Brasil.



Últimas Notícias

Brasileiro

Fazendo contas

Há pouco mais de um mês o Athletico tinha 31 pontos, estava há 5 da zona de rebaixamento e tinha ainda 12 partidas para fazer.…

Notícias

Em ritmo de finados

As mais de 40 mil vozes que acabaram batendo o novo recorde de público no eterno estádio Joaquim Américo não foram suficientes para fazer com…

Brasileiro

Maldito Pacto

Maldito pacto… Maldito pacto que nos conduz há mais de 100 anos. Maldito pacto que nos forjou na dificuldade, que nos fez superar grandes desafios,…

Opinião

O tempo é o senhor da razão

A famosa frase dita e repetida inúmeras vezes pelo mandatário mor do Athletico, como que numa profecia, se torna realidade. Nada como o tempo para…