Guilherme Osinski

Os últimos dias antecedentes ao clássico Atletiba do próximo domingo (16), na Vila Capanema, foram marcados pela controversa atitude da diretoria do Furacão, que decidiu dobrar o valor dos ingressos destinados à torcida visitante: de R$ 100 (inteira) e R$ 50 (meia), preços normalmente praticados em jogos na Arena da Baixada, para R$ 200 (inteira) e R$ 100 (meia).

De acordo com o regulamento da CBF, o clube mandante da partida deve cobrar os mesmos preços tanto de seus torcedores como para os adversários. Porém, como não estão sendo comercializadas entradas para os rubro-negros, abriu-se a brecha para a cúpula atleticana definir o valor dos ingressos que julgasse interessante.

Na quinta-feira (13), o presidente do Atlético, Luiz Sallim Emed, justificou o alto preço dos bilhetes para a torcida do Coritiba. “Algumas pessoas podem encarar como uma retaliação (pelo rival não ter aceitado mudar a data do confronto em virtude do show de Andrea Bocelli na Arena), mas não é isso. As pessoas não sabem o custo de um jogo de futebol. Não queremos nenhum confronto com o Coritiba. Foi apenas o valor que encontramos para ter um prejuízo menor”, afirmou o mandatário atleticano ao jornal Gazeta do Povo, lembrando também dos gastos que o Atlético terá com aluguel da Vila Capanema, segurança, infraestrutura e apoio logístico.

Pelo lado do Coritiba, sobrou revolta e indignação, principalmente por parte dos torcedores. A Cori Asso, associação de torcedores do rival, acionou o Procon-PR nessa sexta-feira (14) com um pedido contra o aumento nos preços dos ingressos para o clássico. O grupo argumenta que o Atlético não respeitou o artigo 39 do Código de Defesa do Consumidor, uma vez que subiu sem justa causa o valor das entradas, exigindo a aplicação de uma multa ao Rubro-Negro. Já a direção do Coritiba optou por não colocar à venda os ingressos, retornando a carga de 10% ao Furacão. Portanto, o Atletiba terá somente torcedores do Atlético nas arquibancadas da Vila Capanema.