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25 out 2016 - 13h05

Quem odeia Mário Celso Petraglia?

Sou, desde quando posso lembrar do início da minha própria existência consciente, torcedor do Furacão. É claro que, mormente quando criança ou mesmo adolescente -ainda agora, aliás- nutro admiração e grande simpatia por alguns grandes Clubes brasileiros originários de outros Estados da nossa Federação, mas torcedor, torcedor mesmo, de possuir uma relação passional e quase mediúnica com o Clube, só do Club Athlético Paranaense (CAP). Eu lembro do CAP da antiga ‘Baixada’, de arquibancadas de 7 ou 8 degraus, com ‘tijolinhos à vista’, com dois ‘jogos de camisa’ surrados e desbotados -enquanto um ia para o jogo o outro era lavado e vice-versa-. Nos treinos, não raro, o ‘time de cima’ usava camiseta branca, enquanto os ‘aspirantes’ não utilizava nenhuma, enfim. Mas a torcida lá, firme, quando não nos jogos, ouvindo as suas respectivas transmissões pelo rádio. Era uma escassez de recursos e de condições de todas as ordens absolutamente sem precedentes. Um dia, nesses mesmos tempos difíceis, nosso presidente, Jofre Cabral e Silva, após um insucesso do seu Athlético em Londrina, num jogo contra o São Paulo dessa mesma cidade -que de há muito, creio, não mais existe-, lá mesmo, estando no Estádio, não suportando a emoção e a dor da derrota, sofreu um infarto e faleceu. Esse homem, certa feita, em mensagem dirigida à torcida do C A Paranaense, nessa mesma atmosfera de quase insuperáveis dificuldades, entre outras coisas, disse: ‘Nunca deixem o meu Athlético morrer’. Alguns anos depois surgiu em cena um daqueles torcedores aos quais essa mesma mensagem certamente causara grande comoção. Esse torcedor, em 1995, momentos depois de uma acachapante derrota do Athlético para o Coritiba, simplesmente resolveu mudar o destino da então inevitável e iminente extinção do CAP. De lá para cá decorreram 21 anos…Eu estava ainda ontem na Arena da Baixada com minha mulher por ocasião da realização do Show do tenor Andrea Bocelli. Só que ontem -não sei explicar o porquê-, desde que cheguei de táxi nas imediações dessa majestosa, gigantesca e incrível obra ( hoje avaliada em torno de 800 milhões de reais), resolvi observá-la em todos os seus detalhes. Ela impressiona, pela magnitude, qualquer ser humano deste planeta. Quem nunca nela esteve ou, ao menos, vislumbrou-a do lado de fora, jamais terá noção do que ela realmente é. Pensei, ademais: e ainda tem o CTA do Caju, no qual nunca estive mas que possui a fama de ser um dos 5 melhores e mais modernos do mundo. Olha, eu sequer conheço pessoalmente o Mário Petraglia, mas, seguramente, ele é a prova provada de que, se ao menos uma só pessoa quiser alguma coisa com determinação, ela contagia todas as demais. Discordar dessa hoje verdadeira ‘lenda viva’ do futebol brasileiro (que muitos rotulam de ‘Conde Petrácula’) é normal e até aceitável; sentir ódio dele é decisiva e peremptoriamente impossível…



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