13 fev 2017 - 11h44

Gavilán: "É o tipo de jogo que todo mundo gosta de jogar"

O ex-volante Diego Gavilán não poderia pensar em um roteiro tão improvável logo em seu trabalho de estreia como técnico na elite do futebol paraguaio. Ele assumiu o comando do Deportivo Capiatá, clube fundando apenas em setembro de 2008 e que disputa neste ano a Libertadores pela primeira vez em sua história.

No entanto, para chegar ao grupo 4 junto a Flamengo, San Lorenzo e Universidad Católica, a equipe escobera precisaria passar por três fases eliminatórias. De cara, o Capiatá enfrentou o tradicional Deportivo Táchira e avançou até com certa facilidade – 1 a 0 em casa e empate sem gols na Venezuela.

O adversário seguinte, o peruano Universitario, prometia bem mais problemas. E na partida de ida, no estádio Lic. Erico Galeano Segovia, na cidade a 16 quilômetros de Assunção, vitória visitante por 3 a 1. O sonho parecia ter chegado ao fim. Em uma virada "impossível", contudo, o Deportivo Capiatá foi a Lima e ganhou por 3 a 0, alcançando uma classificação improvável à terceira fase eliminatória.

E Gavilán, agora, terá pela frente com o novato paraguaio o Atlético, vice-campeão de 2005 e que deixou para trás o Millonarios, nos pênaltis. "O jogo foi muito bom com relação ao rendimento coletivo da equipe, tínhamos que fazer um placar de três gols. Lógico que o pessoal está feliz, contente, de passar de fase, e agora vamos pegar o Atlético Paranaense, outro adversário difícil", afirmou o ex-volante da seleção paraguaia ao ESPN.com.br.

Para o treinador, um fator ajudou na virada "impossível" diante do Universitario. "A questão era de ter a tranquilidade de poder desenvolver e conseguir fazer o nosso jogo, o que estamos acostumados a fazer. Dentro de uma situação mais normal. No jogo de ida, nós tínhamos uma viagem de volta da Venezuela que fez com que a equipe chegasse mais cansada, e era lógico que esse jogo de volta a situação era diferente. O pessoal que foi para o jogo descansou no Paraguaio", explicou.

Gavilán hoje tem apenas 36 anos – aposentou-se em 2011 -, mas já acumula experiência em divisões inferiores de seu país. "A gente se prepara para chegar ao nível profissional após passar por situações distintas, começando na categoria de base, técnico em equipes menores, depois auxiliar (no Rubio Ñú) para então poder chegar nessa posição. É lógico que com a experiência que a gente passou, temos essa responsabilidade. É lógico que a dimensão e a responsabilidade são diferentes, mas foi importante passar por tudo isso", contou.

No Brasil, Gavilán atuou com destaque pela dupla Gre-Nal e também passou por Flamengo e Portuguesa. Por isso, sua maior referência como técnico está aqui: Muricy Ramalho. Para o técnico paraguaio, seu "mentor" contribuiu na classificação heroica.

"A estratégia, o convencimento sobre a forma que tínhamos que fazer o jogo, a confiança no que tínhamos que fazer, e a consequência disso era jogar futebol. É isso que sempre tentamos fazer a equipe. Dentro do que Muricy me ensinou: na parte tática, estratégica, e principalmente a confiança e a credibilidade", disse.

Sobre o Atlético, seu rival a partir da próxima quarta-feira em Curitiba, Diego Gavilán demonstrou bastante respeito, mas não pretende parar por aqui. "Temos conhecimento desse detalhe (o gramado artificial), a Arena da Baixada é um estádio forte, tem uma torcida com muita pressão, o Atlético tem um bom elenco, um treinador qualificado como Paulo Autuori", começou.

"Esse tipo de jogo é o que todo mundo gosta de jogar, de competir, em um nível importante. Vai ser um mata-mata difícil, e espero que estejamos à altura desse desafio.

Questionado sobre como você planejou o 2017 do Deportivo Capiatá na Libertadores e no Campeonato Paraguaio, o treinador mostrou audácia. "O Deportivo Capiatá está preparado para brigar pelo título no Paraguaio, tem um elenco bom, qualificado, mistura de experiência com jovens. Na parte internacional, nosso primeiro objetivo é entrar na fase de grupos, isso foi planejado desde o início do ano. Estamos perto", declarou.



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