20 fev 2017 - 11h28

O Atletiba que não houve

Veja a opinião de jornalistas sobre os acontecimentos do clásssico Atletiba deste domingo. Atlético e Coritiba entraram em campo na Arena da Baixada, mas o jogo foi cancelado por divergências com a Federação Paranaense de Futebol. Confira:

Atletiba histórico, por Juca Kfouri
O Atletiba marcado para hoje não aconteceu. Porque os clubes não aceitaram a proposta da Rede Globo e decidiram transmitir o clássico pelos seus respectivos canais na Internet. A Federação Paranaense não deixou e os clubes resolveram não jogar. Uma atitude histórica, corajosa e um convite aos demais clubes brasileiros para manter soberanas as suas decisões. É direito da TV achar que o jogo vale menos do que os clubes querem? É. E é direito dos clubes fazerem o que bem entenderem com os jogos que não venderam para a TV? Sem dúvida, também é. Inadmissível é o comportamento da federação, entidade meio, que deveria estar a serviço dos clubes e que jamais poderia extrapolar em suas funções. Está mais do que na hora de acabar com ela, por autoritarismo, incompetência e inutilidade. Veja mais.

Burrice única. Burrice transmissível em Atletiba não jogado, por Mauro Beting
Os motivos (ou falta) deles para o cancelamento do jogo são risíveis para não dizer deploráveis. A falta de tato e de tudo do cartolinha da FPF que reza pela cartilha não escrita do futebol brasileiro mostra o desserviço que têm sido as federações estaduais. Elas não ajudam o Estado, a federação, os clubes (única razão da própria existência deles), os torcedores, o futebol. Não é questão de destronar quem manda. É de respeitar quem manda – o futebol. O torcedor. No dia em que mais um torcedor foi assassinado, quando se discute a inominável ”torcida única” como a burrice única do cartola da FPF (QUE SE PERCA PELO NOME), maravilhoso ver atletas, comissões técnicas e até dirigentes de Atlético Paranaense e Coritiba se unindo em torno do entendimento, da concórdia, de interesses comuns e, por tabela, do respeito e da paz. E não em termos jurídicos, legais ou até mesmo legítimos.. Veja mais.

Argumentações da Federação são patéticas, por Gian Oddi
Eu acho as argumentações da Federação Paranaense de Futebol e do seu presidente patéticas. O torcedor foi feito de palhaço hoje. Isso é o mais importante de tudo que aconteceu. A FPF tem de defender o futebol paranaense, o seus clubes e seus torcedores. Não quero nem entrar na questão comercial. Empresas vão sempre querer puxar para seu lado, fazer o melhor acordo, pagar o menos que puder. As empresas estão no direito de oferecer o que bem entendem e os clubes estão no direito de aceitar ou não. Agora, o que não pode acontecer é o que aconteceu hoje. Milhares de torcedores no estádio, uma transmissão que já se sabia que aconteceria e ai na hoa do jogo todo mundo fica sabendo que não vai ter jogo porque alguns profissionais de imprensa não estão credenciados. Sinceramente, é uma argumentação tão ridícula, tão patética. Veja mais.

Atlético-PR e Coritiba defendem seus direitos e dão exemplo ao Brasil, por Rodrigo Mattos
Sim, já passou da hora de os clubes brasileiros lutarem por seus direitos e tomarem em suas mãos seus destinos. Pela lei, têm direitos de transmissão sobre todos seus campeonatos, assim como a chance de organizar suas próprias competições por meio de ligas como se faz no mundo inteiro. Isso só foi possível em países como Espanha e Itália quando os clubes enfrentarem o sistema de suas federações nacionais. Atlético-PR e Coritiba fizeram isso no Paraná, assim como a Primeira Liga fez em 2016 com a CBF, embora tenha deixado o movimento enfraquecer em 2017. Esse é o único caminho se os clubes quiserem mudar o futebol nacional. Veja mais.

André Kfouri
Ao impedir o início do Atletiba por causa da transmissão pela internet, a Federação Paranaense multiplica o alcance do evento. Brilhante. Um fato importante aconteceu hoje na Arena da Baixada. E a não realização do jogo aumenta sua repercussão. A Federação Paranaense de Futebol quer que você acredite que o jogo não aconteceu só porque havia repórteres não credenciados no gramado. Veja mais.

Atletiba que não houve é o mais importante da história. Atinge FPF e Globo, por Menon
Sem jogo, o Atletiba mostra-se importante por marcar uma tomada de posição contra a federação, que é regida por um regulamento esdrúxulo. Clubes como Capão Raso e Parque Novo Mundo, que praticam futebol amador, nas chamadas ligas suburbanas têm o mesmo peso de voto que os grandes. Se uma cidadezinha pequena tem lá seu campeonato municipal, a liga também tem direito a um voto. Ou seja, a gradação é a seguinte: liga amadora de uma cidadezinha tem um voto; clube que pertence a uma liga maior, tem um voto, Atlético, Paraná, Coritiba e outros clubes profissionais tem um voto. Veja mais.

Atletiba cancelado pode ser, enfim, o início do fim da inversão de valores, por André Rocha
Essa inversão de valores só acontece porque até hoje os clubes se contentam com migalhas. Seja uma aliança para garantir um mando de campo aqui, uma decisão favorável ali, uma arbitragem mais conivente acolá. Seja o adiantamento de cotas de TV para tapar o buraco de orçamentos mal planejados e executados. Que a revolta em Curitiba com o Atletiba cancelado seja, enfim, o início de uma revolução que não veio com a Copa União nos anos 1980, nem com a Primeira Liga agora. Ver dois rivais históricos unidos e alinhados na proposta de buscar o melhor para si e, consequentemente, para os demais renova as esperanças em dias melhores e mais democráticos. Veja mais.



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