26 abr 2017 - 10h47

Hoje é dia do goleiro

Uma posição que, para a torcida atleticana, significa muito mais do que o camisa número 1 do time, responsável por defender o gol do Rubro-Negro. A posição é tão importante que o maior jogador que até hoje vestiu a camisa atleticana foi um goleiro: Alfredo Gottardi, que para os torcedores do Atlético é simplesmente Caju, “a majestade do arco”.

As defesas e o talento de Caju o transformaram num dos principais jogadores da história do futebol paranaense. No Sul-Americano de 1942, no Uruguai, competição em que o Brasil terminou em terceiro lugar, Caju foi eleito o melhor goleiro da competição. Por essas e outras, Caju é um dos personagens do livro “Goleiros – Heróis e anti-heróis da camisa 1", do jornalista Paulo Guilherme, lançado em 2006.

Mas não foi só Caju que entrou para a história do gol atleticano. Em mais de 90 anos de história, grandes nomes passaram pela meta do Furacão e que hoje devem servir de exemplo e inspiração para a geração atual. Goleiros que dedicaram trabalho, esforço e competência para ajudar o Atlético a vencer.

Conheça um pouco mais da história de alguns grandes goleiros que já vestiram a camisa Rubro-negra. E que o trabalho de cada um deles sirva hoje de inspiração para Lucas Macahan, Santos, Warleson e o titularíssimo camisa 12 Weverton:

Alberto Gottardi: Por seis anos defendendo o gol atleticano, é considerado o primeiro grande ídolo da história do Atlético. Esteve no clube de 1927 a 1933, sendo bicampeão Paranaense invicto em 1929-1930. Durante o tempo em que jogou no rubro-negro, foi titular absoluto da equipe e das seleções que se formavam regularmente. Seu último jogo foi o famoso “Atletiba da Gripe”, em 1933, quando entrou em campo contrariado e fortemente gripado, mas mesmo assim ajudou o Atlético a vencer por 2 a 1, consolidando a fama de “Clube da Raça”. Quando abandonou as luvas, passou a posição para seu irmão, Alfredo Gottardi.

Alfredo Gottardi: Maior jogador da história do Atlético. Só isso já dá para ter dimensão do que foi Caju para o clube. Foram 17 anos de dedicação ao Atlético, com a conquista de seis títulos: os Paranaenses de 1934, 36, 40, 43, 45 e 49. Em 1942, foi o primeiro jogador do Atlético a ser convocado para a Seleção Brasileira, para a disputa do Sul-Americano. Considerado um exemplo de profissional, todos que o viram jogar são unânimes: Caju era mesmo sensacional, fora de série, espetacular. Os companheiros tinham total confiança no goleiro, pois sabiam que se ele não defendesse uma bola, goleiro nenhum poderia tê-lo feito. Tinha uma ótima saída do gol, interceptando vários cruzamentos. Jogava de modo simples, passando segurança e tranqüilidade aos defensores.

Laio: Suas defesas ajudaram o Atlético a ganhar o apelido de Furacão. Era Laio o goleiro do sensacional time montado pelo Atlético em 1949, quando o time fez uma campanha espetacular no Campeonato Paranaense. Com muita agilidade embaixo do gol, ganhou o apelido de “Fortaleza Voadora”. Ficou no Atlético por dez anos, de 1941 a 1951, conquistando três títulos: os Paranaenses de 43, 45 e 49.

Roberto Costa: Eleito em 1983 o melhor jogador do Brasil, Roberto Costa ajudou o Atlético a terminar na terceira colocação no Campeonato Brasileiro daquele ano. Entre idas e vindas, Roberto Costa defendeu por seis anos a camisa número um do Atlético, conquistando dois títulos: os Paranaenses de 1982 e 83. Frieza, boa colocação e reflexos apurados, adjetivos que ajudam a definir o que foi Roberto Costa, que no Atlético ganhou o apelido de “Mão de Anjo”.

Marolla: Um goleiro com estrela. É assim que os torcedores que viram Fiodermundo Marolla Júnior jogando definem seu desempenho. Não era brilhante tecnicamente, mas tinha estrela – provando aquele ditado que diz que a sorte acompanha aos que trabalham. Em quase cinco anos de Atlético, Marolla conquistou três títulos (os Paranaenses de 1985, 88 e 90). Em 1988, foi também o recordista em defesa de pênaltis no Campeonato Brasileiro.

Ricardo Pinto: “Êo, êo, o Ricardo é o terror!”. A música virou tradição na torcida atleticana entre 1995 e 1997. Era a forma encontrada pelos torcedores de reverenciar Ricardo Pinto, que aliando técnica, vontade e raça conquistou a exigente torcida do Atlético. Ricardo foi o goleiro titular na conquista do Brasileiro da Série-B, em 1995, e até hoje é considerado um dos maiores ídolos da história atleticana.

Flávio: O mais vencedor jogador da história atleticana. Em sete anos de Atlético, Flávio colecionou títulos: foi campeão Paranaense quatro vezes (1998, 2000, 2001 e 2002), campeão da Copa Paraná em 1998, campeão brasileiro da Série B em 1995, campeão da Seletiva em 1999 e campeão Brasileiro em 2001. As principais qualidades de Flávio eram a agilidade e o reflexo, ganhando o apelido de “Pantera”.

Diego: Ajudou o Atlético chegar no ponto mais alto de sua história até aqui, com o vice-campeonato da Copa Libertadores da América. Diego chegou no Atlético no início de 2003 e sempre demonstrou respeito e carinho pelas cores atleticanas. Sua vontade, raça e determinação ajudaram-no a conquistar muitos admiradores. Em três anos de Atlético, Diego foi campeão Paranaense em 2005, além de ter ajudado o Atlético nas excelentes campanhas do Brasileiro de 2004 e na Libertadores de 2005, quando o clube terminou em segundo lugar.

Além dos acima citados, o Rubro-Negro contou ao longo de sua história com outros extraordinários arqueiros, casos de Tapyr (o primeiro goleiro do clube), Ivan (goleiro-torcedor fanático), Vanderlei (campeão do Título da Raça de 70), Altevir (que ficou 1.066 minutos consecutivos sem sofrer gol em 1977), Rafael (bicampeão em 82 e 83), Gilmar (que brilhou nos anos difíceis da década de 90), Toinho (vice-campeão brasileiro da Série B em 1990), Neto (hoje na Juventus da Itália).

A responsabilidade hoje cabe a Weverton, goleiro que conta com grande empatia junto ao torcedor, sendo na maioria das vezes capitão da equipe e tendo se tornando um exímio pegador de pênaltis.

Além do mais, o goleiro atleticano foi conquistando respeito, sendo constantemente convocado para a Seleção Brasileira, tendo brilhado na conquista da inédita medalha de ouro nos Jogos Olímpicos Rio 2016.

Matéria originalmente publicada em 2006, de autoria de Patricia Bahr com adaptações de colaboradores ao longo dos anos



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