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1 maio 2017 - 12h04

Quanto custa o preciosismo?

Domingo, 30 de abril. O relógio marcava quinze para as duas da tarde enquanto se deslocávamos pra Arena – pra Arena da Baixada. Dia de final, dia de clássico Atletiba. Eu nunca tinha visto uma derrota do Furacão indo ao estádio, aliás, não tinha visto nem empate até agora: só vitórias! Achava quer era pé quente. Achava. Sempre tem a primeira vez, né?

O fato é que enquanto ia pra Arena, já fiquei preocupado em ver a lista de relacionados pro jogo. Sem Thiago Heleno (que destruiu no jogo de quarta passada com o Flamengo), e sem os volantes titularíssimos Otávio e Lucho González. Todos poupados. Entre os titulares, o contestado Grafite (que realmente parece ter deixado seu futebol no Santa Cruz, seu time do coração) no lugar de Eduardo da Silva, que junto dos três primeiros formou o núcleo do time que bateu o Flamengo – meio na marra, mas bateu. Todos poupados pro jogo de quarta-feira de novo pela Libertadores, de novo na Arena, contra o San Lorenzo, da Argentina. Tudo bem que o jogo é importante, já que se vencer estará classificado antecipadamente pras oitavas de final da Libertadores (com o detalhe que integra o ‘grupo da morte’ da competição), mas eu, como torcedor, não consigo concordar com isso. Pra mim isso é frescura. Pra mim isso é preciosismo.

Já sem Jonathan (puta lateral direito), Pablo (nosso coringa) e Carlos Alberto (o Cazalbé), que seguem lesionados, era, de fato, uma prova de fogo pro Furacão ir a campo com o time que foi. Se vencesse, teria mostrado muita força de elenco. Mas não, não venceu, e não tem essa força de elenco não. Arriscou demais em deixar esses caras de fora da primeira partida da final. Ainda que desse para ter um resultado positivo com os 11 que entraram em campo, tomamos o azar destes 11 estarem num dia péssimo. O que dirá Deivid… e a maior das nossas esperanças, Gedoz, que se converteu em segunda maior decepção (não tem como perder pro Grafite), ao ser expulso de campo.

Sinceramente acho difícil que esse sacrifício renda alguma coisa nas outras competições, como é pregado. Na minha opinião, foi um ato de traição à torcida que foi a Baixada Autuori ter formado um Furacão desprezível como formou: o time que foi a campo parecia ter sido escalado para tratar o jogo como irrelevante mesmo. Isso ficou claro quando ele abriu mão de Nikão, substituído no intervalo.

“Foi uma partida extremamente difícil. A sensação é que a gente não estava em clima de final. Era essa a sensação.”, disse Eduardo da Silva, que entrou no lugar de Nikão, após o jogo. Pois a minha sensação foi a mesma, meu caro. Vi um time sem vibração já antes de a bola rolar: enquanto o time verde se reuniu no centro do gramado instantes antes de o apito soar pra bater aquele último papo, o time do Atlético não fez o mesmo – como torcedor, ali eu já senti que o time não estava de verdade em campo.

O Coritiba, que não tem nada a ver com isso, fez o feijão com arroz e venceu. Foi absolutamente justa a vitória do coxa.

Pergunte pra torcedor de qualquer outro clube se o time dele poupa jogador em final de campeonato. Aposto que a resposta será não. Mas o Atlético do técnico Paulo Autuori o faz. Tomamos uma sova em casa e o Bi do Estadual agora se tornou muito improvável. Esse preciosismo nos custou um Campeonato Paranaense? Não! Esse preciosismo nos custou um Atletiba, que como o próprio Clube defendeu antes desse jogo, é outro Campeonato!

Vamos ver o que acontece quarta!

No mais, sabe aquela vontade de largar o Atlético depois de uma derrota vexatória como a de ontem? Nunca tive!

SRN!



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