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7 jun 2017 - 11h56

A nocividade da visão empresarial na gestão do elenco de futebol

Se por um lado, a ‘visão empresarial’ de MCP deve ser reconhecida e elogiada quando aplicada na gestão patrimonial do clube, por outro, quando aplicada na formação e gestão do elenco de jogadores do time, é justamente o que mais irrita e causa problemas ao clube.

A lógica dessa análise é a seguinte, digamos que o CAP seja uma empresa que fabrica e vende salsichas, e que neste processo de produção, por algum motivo, algumas salsichas saem melhores do que outras. Neste caso, as melhores são chamadas de ‘tipo A’ e as demais, de acordo com sua qualidade, de ‘tipo B, C e D’.

Invariavelmente, na visão empresarial, em que pese a diferença de valores, todas as salsichas (A, B, C e D) possuem o mesmo potencial econômico de venda, compõem o ativo circulante ‘estoque’ da empresa e devem receber o mesmo tratamento e empenho da equipe de vendas, no tocante a exposição e venda do produto.

E caso algum imprevisto ocorra (o produto encalhe), como salsichas são salsichas e não há muito o que fazer, para evitar prejuízo, a solução é simples, baixa-se o preço e coloca-se o produto em evidência na vitrine, pronto! Muito provavelmente todas as salsichas serão vendidas e a empresa terá lucro, ainda que reduzido.

Porque esse raciocínio é nocivo quando aplicado ao futebol?

Tratando-se de futebol, o processo de produção equipara-se a fase contratação e formação de elenco, e da mesma forma, por algum motivo, alguns jogadores se revelaram do tipo A, outros do tipo B e muitos do tipo C e D.

Pois bem. Na equivocada visão empresarial do MCP, em que pese a diferença de valores, todas as salsichas (jogadores) possuem o mesmo potencial econômico de venda, bem como compõem o ativo circulante ‘estoque’ da empresa (do clube) e devem receber o mesmo tratamento e empenho da equipe de vendas, no tocante a exposição (colocar para jogar) e venda do produto.

O problema é quando o produto do tipo B, C e D encalha, ou seja, quando você vendeu todos os jogadores do tipo A e restou para colocar em exposição (em campo) apenas a ‘refugada’. Neste caso, se a estratégia for baixar o preço e aumentar a exposição do produto, leia-se, colocar em campo, o desastre será incalculável.

Pois diferentemente das salsichas, que não precisam fazer mais nada, se não ser salsichas, jogadores precisam jogar, representar o time, vencer e conquistar torcida e contratos de patrocínio, algo que jamais irá ocorrer se o time foi ruim, haja vista que no futebol não tem milagre e a matemática é simples, para vencer é preciso ter um bom elenco, quem tiver mais jogadores do tipo A, torna-se campeão e quem tiver menos será rebaixado.

Portanto, o único resultado que você obtém insistindo na exposição (colocar em campo jogar) de jogadores refugos, é o vexame em campo, irritação da torcida, desclassificação em campeonatos e uma incalculável perda de arrecadação. Sendo assim, ou adota-se a política dos grandes clubes europeus, que rapidamente emprestam até a custo zero ou dispensam os jogadores ruins, ou terá um desastroso ano no quesito futebol, objeto social de um clube de futebol.



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