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6 jul 2017 - 11h06

Que saudades do velho placar

Dizem que quem é atleticano não o é por escolha e sim porque assim nasceu. Eu não sou exceção à regra, pois literalmente nasci Atleticano e sócio-torcedor.

No dia 28/05/1987, meu tio Ricardo Augusto Macedo foi até a sede do clube para fazer a minha carteira de sócio-mirim, um pequeno título de papel envolto em uma proteção de plástico que carrego em minha carteira até hoje.

Pela história que me foi contada, meu tio partiu para a sede no momento que soube do meu nascimento, na intenção de que aquele fosse o meu primeiro presente. Por causa disto, meu registro oficial de rubro-negro foi feito antes da minha certidão de nascimento. Nasci primeiro Atleticano para só depois me tornar cidadão Brasileiro.

Minha relação com o Atlético vem de antes do que a minha memória consegue recordar, tanto que não me lembro do primeiro jogo que assisti.

Em uma das mais distantes recordações consigo ver claramente o placar da “baixada velha” que marcava “Atlético 7 x 1 Iraty”. A cada novo gol, um funcionário do clube escalava o imenso marcador para alterar o indicador.

– Ele não fica cansado? – Eu perguntava para o meu padrinho James Macedo Neto, que foi quem sempre me levou aos jogos e me ensinou o que significava ser atleticano.

– Ele não deve ligar, é melhor ver o jogo lá de cima! – Ele me respondeu rindo.

Aquilo fazia total sentido para mim, pois se cada um daqueles 07 gols era comemorado pela torcida com a mesma intensidade, aquele espetáculo devia ser algo digno de contemplação por todos os ângulos. Na época me lembro de que essa percepção me fez sentir um bocado de inveja do sujeito encarregado do placar, porque mesmo que fosse por um segundo, ele tinha a melhor vista da baixada.

Nessa mesma baixada, me lembro da torcida adversária cantando o nome de Oséas ironicamente para provocá-lo pelas chances desperdiçadas e também me lembro dele subindo o alambrado de tanta emoção após marcar o gol da vitória.

No gramado do caldeirão, gritei o nome de Oséas, Paulo Rink, Ricardo Pinto, Kelly, Kléber, Kléberson, Sousa, Jádson, Washington, Dagoberto, entre vários outros craques (e outros não tão craques assim).

Toda vez que entrava em campo, em todos os jogos que via, independente de quem vestia a camisa ou de onde estava a assistir o jogo; na baixada velha; na baixada nova; em um churrasco com os amigos ou no sofá ao lado dos meus tios; eu me lembrava com inveja daquele senhor responsável pelo placar. “Rubro-negro entrou em campo e só pensa em vencer”, seria mais um espetáculo.

O Atlético sempre teve isso. A garra, a vontade, aquele “algo a mais” que nos fazia invejar quem podia ver o jogo um pouquinho melhor que nós.

Pois é, o Atlético tinha isso, mas este #capgigante não tem. Não sei muito o que dizer sobre o time do #capgigante pois eu ainda não o vi jogar, embora tenha assistido a maioria dos seus jogos.

O presidente desta empresa é um sujeito que tem muito a aprender com o espetáculo dos gramados. Ter adotado a filosofia dos grandes craques, que se aposentam no auge da carreira para não mancharem sua história, poderia ter sido uma grande lição adotada por este presidente. Mas infelizmente, ao que tudo indica, este sujeito não gosta muito de futebol.

Hoje o #capgigante tem uma estrutura invejável! Arena de Copa do Mundo, CT de primeira qualidade e um departamento de marketing de primeiríssima, sempre levando os prêmios Top of Mind.

Um palco espetacular, que vem abaixo a cada apito inicial.

O Atlético era diferente. Em todos os seus jogos, junto com o pontapé iniciava-se uma cerimônia de celebração à vontade, à raça e ao sangue, um rito que era uma lição sobre vitórias e derrotas para todos os que prestigiavam seu espetáculo. Graças ao Atlético é que sei que não há vergonha na derrota e que aprendi sobre o respeito à batalha, seja nossa garra ou a do adversário.

Hoje, quando vejo a Arena de Copa do Mundo do #capgigante, com toda essa magnífica estrutura, tudo que consigo pensar é:

“que saudades daquele velho placar”.



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