Tragédia anunciada
Quando Paulo Autuori chegou, o Atlético mudou. Deixou de ser aquele time medíocre com o qual estamos acostumados nos últimos anos, que não se impõe em casa, que não tem brio e que era acostumado a perder. Quebrou o jejum de títulos estaduais vencendo na casa do rival. Encerrou a participação no Brasileirão 2016 como melhor mandante do torneio, tendo a defesa menos vazada. Classificou-se para a Libertadores.
O Atlético dava sinais de que voltava a ser o temido Furacão do início dos anos 2000. E 2017 vinha com muita esperança para a torcida!
Mas de repente, depois de uma série de entrevistas arrogantes nais quais Autuori dava sinais de que não estava mais a fim de treinar o time do Atlético e – ironicamente – logo após a classificação histórica do time em Santiago, na Libertadores, eis que o clube anuncia uma drástica mudança no comando técnico, mudança esta que todos nós atleticanos já sabemos.
O que poucos sabiam é que, naquele momento, o clube anunciava também a tragédia.
Saía de cena Paulo Autuori. Uma cabeça pensante do futebol brasileiro, quase um intelectual, eu diria. Extremamente experiente. Um cara firme, convicto e capaz de botar respeito dentro do vestiário. Aquele cujos treinamentos e sistema de jogo foi implantado e deu resultados.
Entrava em cena Eduardo Baptista. Novato no quadro de técnicos brasileiros. Um cara que não detém o nível de conhecimento no futebol de seu antecessor – vide suas entrevistas coletivas, nas quais ele mais falava ‘né?’ do que dava explicações de cunho técnico, efetivamente. Um cara sem identidade com o Atlético e sem pinta de comandante. E o pior: negativado pelo seu trabalho anterior com o ótimo elenco do Palmeiras.
Era evidente: Eduardo Baptista não vingaria.
Esperaram sermos eliminados da Copa do Brasil e ficarmos numa situação muito difícil na Libertadores para tentarem reparar um erro que a essa altura, é irreparável.
Agora nem Autuori e nem Baptista.