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28 jul 2017 - 9h46

O que aconteceu?

Um clube que sempre, até em seu hino, se orgulhou de suas cores, sua torcida e sua raça.

Uma torcida que sempre se orgulhou de ir até onde dava na esperança de uma vitória e que nunca largou o time pelos maus jogadores que envergaram a nossa camisa. Que sempre se orgulhou de sua casa, fosse ela acanhada ou grandiosa, simples ou moderna, mas sempre o templo de sua maior devoção. Uma torcida feita de pessoas que, assim como eu, se sentiam bem só de estar na praça DO ATLÉTICO.

Um time que sempre se notabilizou por impor a pressão em seus domínios, principalmente através da velocidade.

Esse era o Atlético. Esse foi o clube que eu aprendi a amar. Sou torcedor de uma época em que o grande time do Estado era o Paraná Clube. Não escolhi o Atlético pela sua estrutura (o Coritiba tinha um estádio muito melhor e o Paraná tinha um monte de estádio e um clube, do qual eu era sócio) ou pelo seu grande time (o Paraná era sempre campeão, o único na série A e um time muito melhor que o nosso). Escolhi o Atlético por todo o resto.

Esse clube não existe mais. Sim, o clube cresceu, a estrutura veio e a Arena da Baixada está aí, moderna, completa, recebendo grandes eventos, mas cinza, gelada, vazia, sem graça. O Atlético adquiriu muita coisa nesses anos, mas algo se perdeu.

Aquele todo o resto.

Para começar, não somos mais torcedores, temos que ser sócio, se não nos chamam de mentira e cobram um valor abusivo para ver aquele meu Atlético. Não temos mais ingresso, mas só o ‘smart’. Não vamos mais ao Joaquim Américo, Baixada, Arena da Baixada, Caldeirão do Diabo, mas ao Estádio Atlético Paranaense, OU seria a ARENA ENTRETENIMENTO SHOWS GASTRONOMIA EVENTOS? Mas isso é só nome, não quer dizer nada, dirão eles… Devem adorar quando a mulher os chama de João do Caminhão no momento do amor.

Hoje não temos mais motivo para ir à praça logo depois do almoço de domingo. Temos que mostrar qual camiseta usamos na revista (e dentro do estádio vemos torcedor com camisa de outro time na nossa torcida). Temos que passar pelo controle da biometria.

Não podemos mais andar pelo estádio, encontrar os velhos amigos nas duas horas que antecedem cada partida, falando sobre a única coisa que importa nessa vida (pelo menos naquelas horas): o Atlético … Nem esse tem mais, ele é o CAP

Nos dias que eu não tô no pique de cantar o jogo todo eu não posso mais ir lá pra cima, em outro setor, dar espaço para quem naquele dia está afiado para cantar. Não podemos mais levar o material que quisermos para fazermos uma bonita festa para o Furacão.

Hoje vamos a ARENA ENTRETENIMENTO SHOWS GASTRONOMIA EVENTOS. Ela é cinza, sem vida, sem graça, mas tem câmera do beijo. Nela, se você pagar, pode até passar um vídeo patético seu durante o intervalo do jogo. Melhor, nela, se você pagar (pro genro do presidente), pode até ter uns jogos de vôlei, tirando o tal CAP de lá.

E esse cinza escondendo as cores que dizemos vestir por amor? São só cores de cadeiras, dirão eles. Sim, talvez pra eles, o verde branco também não fosse tão ruim. Por que não se mudam então pra lá, o lado verde branco, ou o lado cheio de cor? Aqui faz diferença. Aqui é vermelho e preto.

Eu não vim fazer política, não estamos na época disso, mas é só um desabafo ao ver que cada dia mais, esse pessoal dá a mínima para a nossa identidade. Bem, dizem por aí que a camisa rubro negra só se veste por amor, e, por coincidência, nunca vi nenhum deles com ela no corpo.



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