"Feliz 2019!", por Rogério Andrade
Feliz 2019!
O sentimento é um só: acabe de uma vez, 2017!
O Atlético não perdeu em Campinas, para a frágil Ponte Preta, porque a bola de Ribamar bateu na trave. O Atlético não venceu porque não mereceu.
O Atlético não vai para a Libertadores em 2018 por falta de sorte ou pela ausência de Gedoz nessa reta final. O Atlético não vai para a Libertadores porque não merece.
Nitidamente, andando em campo, o sonolento time do impressionante Fabiano Soares está possuído pelo mesmo sentimento de todos nós: termina logo, ano velho!
Este foi, definitivamente, um ano deprimente. E o pior, tínhamos tudo para viver novamente mais um grande ano da nossa história. Entregamos de bandeja o campeonato paranaense, desprezamos a Libertadores, fomos incompetentes na Copa do Brasil e não tivemos o mínimo de tesão para jogar o campeonato brasileiro.
Vá embora, 2017! Leve também essa cultura falida construída ao longo dos últimos anos em nosso clube. Não funciona! Não funciona brigar com o torcedor! Não funciona encontrar uma maneira hilária de colorir as cadeiras da Arena de vermelho e preto, como se fosse um ato para calar aqueles que clamam pelo clima da velha Baixada. Não funciona o valor absurdo do ingresso mais caro do país para assistir a retranca mais poderosa do DIF. Não funciona tirar o torcedor do estádio com a justificativa de que a renda é muito melhor do que a festa.
Não funciona ter um Atlético frio, sem alma e sem ambição.
Especialmente neste último suspiro de campeonato brasileiro, está deprimente assistir o Furacão em campo. É triste.
Algumas coisas precisam terminar. Outras precisam começar. Mas talvez nem o ano novo de 2018 traga a salvação. E se por acaso, existe alguma esperança, que comece com o resgate da alma atleticana, da vibração e do prazer em ver o Atlético em campo. Por enquanto, apenas um enorme desprazer toma conta do coração do torcedor.
Ao meu Atlético, um feliz 2019!
Rogério Andrade, 45 anos, é administrador. Atleticano de "berço", considera a inauguração da Arena da Baixada como o momento mais marcante do Atlético, ao ver um sonho acalentado por tantos anos tornar-se realidade.