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3 dez 2017 - 19h55

Quando o fracasso se traveste de entretenimento

Há quem goste de tripés. Aqui vai um. O discurso falacioso como justificativa geral de permanência no comando, somando o não comprometimento com o desporto por parte da maioria dos integrantes de comissão técnica e plantel, seguidos da falta (e não ausência) de competitividade. Juntos, fazem do futebol apresentado pelo Clube Atlético Paranaense, um engodo. Uma ilusão, uma dissimulação, uma quase fraude ao consumidor, outrora chamado Torcedor.

Dirigentes têm outros objetivos. Tão escusos que torna-se arriscado mencioná-los num simples comentário num site de torcida, em função do direito que possuem os “ofendidos” em acionarem o Estado-juiz caso alguém se insurja contra a incompetência gestora, não obstante tal irrelevância jurídica. Os bastidores passaram a ser o palco, substituindo o gramado, num espetáculo às cegas de má gestão e administração, sobretudo empresarial, ramo ao qual conduziram e estagnaram (para não dizer retrocederam) a já falecida “alegria do povo”.

Avaí e Atlético Paranaense: outra farsa. Ridículo até para aqueles que – como eu – não acreditavam em vitória. Mas tudo na vida, até as derrotas, possuem uma forma digna para acontecerem. No CAP não é assim. A forma pela qual o time se apresenta em campo, é bizarra, bisonha, enfadonha. Teimosia em escalar Pablo e Coutinho, em segurar Gedoz no banco e insistir com o descomprometido – desde que perdeu o pênalti contra o Grêmio ano passado – de Weverton, um “ex”. Ignorância em lançar no fim do campeonato Sidclei no ataque, e entrar com ex-jogadores como Lucho, Pavez e Jonathan, contrariando o espírito do Furacão, historicamente caracterizado pela velocidade. Irresponsabilidade em deixar que outros descomprometidos cobrem e desperdicem pênaltis, como Nikão e Fabrício.

Some-se a repetição dos erros com a falta de triangulação, o excesso de toques laterais e a ausência de jogadas pelas pontas, a inexistência de arremates a gol. Conclua, leitor, que é um time muitíssimo mal treinado. O discurso do treineiro apátrida em dizer que joga ofensivamente, desde o meio do ano não engana mais ninguém. Mais do que um desrespeito à Instituição Atlético, é um deboche para com os torcedores, aqueles ‘clientes’ que eles fazem questão de desprezar.

Não tenho pena. Não se colhe o que não se planta. Belo solo, sem sementes. Quase ninguém formado no CT é titular, o que não explica a permanência do arrogante e ultrapassado Autuori na tal “transição”. Transição de quê, para onde? De Pablo e Coutinho que cruzaram o mundo e foram regurgitados ao berço?

A derrota para o Palmeiras é certa. Terminará o ano em 14º lugar. A 2 ou 3 pontos da zona de rebaixamento. Fomos ultrapassados por Vasco, Bahia, São Paulo e Chape, muito provavelmente por Fluminense, equipes que fizeram ano igual ou pior que a gente. Ano que serviu de atestado com firma registrada no cartório da incapacidade. O mínimo que se pode fazer para dirimir o fracasso, é a renúncia geral e irrestrita com convocação urgente de novas eleições.

Que o próximo presidente seja aliado da intersubjetividade. Que afastem Pablo e Coutinho em definitivo, juntamente com os antigos amigos velhos do Autuori, e ele junto. Que trabalhem melhor a base e deem chance em forma de cancha de jogo aos guris. Que contratem um treinador Atleticano de verdade, que conheça o futebol brasileiro, tenha esquema de jogo definido, saiba treinar, escalar e substituir. Que jogue para a frente, só porque a meta do adversário fica lá. E que respeite a comunidade, basta não mentir, não discursar. Cuca.

O futebol brasileiro está dando nojo. Goleiros que se jogam no chão chamando médicos após defesas normais. Jogadores que simulam convulsões chamando ambulâncias após cometerem pênaltis. Árbitros comprometidos com os interesses de A ou B. Posse de bola em excesso, carência de chutes a gol. Não falo de gols. Não tenho moral pra falar disso. Meu time, em 37 jogos fez 42, tomou 43. Corrijo agora mesmo: esse, não é meu time. Isso aí, não é o Atlético…

E os retóricos, descomprometidos, incompetentes, não competitivos e portanto desqualificados para a função, ainda falando em Libertadores. Libertadores, é para o Vasco, que ganhou a vaga no arroto. O presidente do Vasco, arrota pela boca, na frente de todo mundo. Os nossos, arrotam nos bastidores, nas costas da torcida. Tudo nos bastidores, reflete-se em campo.

Antes de que nos tornemos um novo coxa órfão de discursos e a somente disputar não rebaixamentos, virá o dia em que seremos levados novamente à condição de torcedores. Aí, os clientes de MMA, voleybol, shows, cultos e casamentos comunitários, saberão que aquilo é um Estádio de Futebol. Torcedor… futebol… alegria… competitividade…coisas do passado. O futuro, não veio. Não veio pela forma pela qual atingiu-se o Fracasso. Quem age assim, não merece um presente digno.

p.s.: “Quando lhe parecer redundância, prolixismo ou reincidência, cuidado: pode ser alguém com muita indignação…”.



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