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3 jan 2018 - 12h07

E o Mundial?

Santa Maria/RS, 12/12/2017.
Hoje é um dia em que a maioria dos gaúchos, empresas, colégios e até repartições públicas adotará meio-expediente.
Quem pode, adianta o serviço e cancela compromissos. Até juízes adiam audiências em respeito a quem quer torcer pelo seu time ou secar o adversário.
Supermercados e açougues abarrotados de gente numa terça-feira de manhã, saindo com quilos de carne, sacos de carvão e vários engradados de cerveja.
O motivo?
O Grêmio está nos Emirados Árabes Unidos disputando um Campeonato Mundial FIFA. Ainda é o primeiro jogo.
O que isto tem a ver conosco? Muita coisa.
Um certo Presidente (de fato, pois testas-de-ferro-carimbadores para exercer tal cargo de Direito sempre existirão) vem há anos repetindo que o seu CÁPi, uma coisa cinza, fria, elitizada, estéril e sem alma, será campeão mundial em 10 anos.
Sim, contrariando qualquer lógica ou resultado prático, ele faz tal afirmação de boca cheia apegando-se a uma quebra de paradigmas de que o Atlético (aquele de outrora, vibrante, rubro-negro) já foi protagonista.
Seu CÁPi sequer chega perto de um título relevante, mas ele contrata técnicos desconhecidos que nunca ganharam absolutamente nada, mas são craques das palavras e teorias. Virgens obedientes à frente de um elenco mediano e sem sangue nas veias, recheado de ovelhinhas, aqueles jogadores cuja manutenção no elenco principal se justifica tão somente por ingerência$ nada técnica$.
Sim, aquele que se julga e age como dono do CÁPi (e jamais foi visto vestindo a camisa rubro-negra) insiste que seremos campeões mundiais!
Seu CÁPi não disputa sequer a fase aguda do Campeonato Estadual, é invariavelmente humilhado na Copa do Brasil e abre mão do mando de campo na Arena no jogo mais importante do ano, pela Libertadores, mas o mantra do Campeonato Mundial persiste.
Talvez queira repetir a façanha corintiana, de ganhar um Mundial sem ter se classificado a ele através da Libertadores. Mas como saber?
O real motivo é de difícil percepção, já que as raras manifestações oficiais do CÁPi se dão através de entrevistas no mais puro estilo jogral, com jornalistas “selecionados” e perguntas pré-concebidas, que permitem respostas evasivas e repetitivas, sempre relacionadas à estrutura magnífica, ao projeto iniciado em 1995 e à exclusiva culpa da torcida para qualquer coisa errada.
Também há declarações erráticas e deletérias do pretenso dono do CÁPi, em redes sociais, normalmente após uma vitória que afasta o risco de rebaixamento ou à consumação do rebaixamento do rival. Declarações oportunistas que são curtidas apenas pelo séquito de adoradores messiânicos que compraram as idéias do guru incontestável.
Enfim, com uma inveja boa, hoje estou testemunhando o que representa disputar um Mundial FIFA para um time e sua torcida, cuja paixão, ao contrário do que faz o CÁPi, é incentivada e cultivada através de um plano de sócios abrangente, da seriedade no trato do futebol, da formação de uma equipe competitiva, com foco na base e contratações pontuais. Um time sob o comando de um ídolo com autonomia e jamais submisso a “forças secretas”.
Time que nos humilhou dentro e fora de casa e agora colhe os frutos da seriedade no trato do futebol, sua razão de ser.
PS. aos adoradores do dono do CÁPi, antes que comecem, digo que: 1) não quero aquele Atlético semi-amador dos anos 80; 2) ao contrário de vocês, não votei na chapa que nos rebaixou; 3) não aprovei a contratação do Morro Garcia; 4) reconheço a excelência da estrutura e profissionalismo das áreas-meio atleticanas;



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