O privilégio de ser atleticano
Quinta-feira, na ida para o jogo contra o Jorge Wilstermann, estava conversando com meu filho sobre como ele é um privilegiado de sair de casa e ir para a Baixada com uma certeza: que independente do resultado veremos um belo jogo de futebol.
Até um certo tempo atrás ir ao estádio era um martírio, tínhamos um time sem vontade dentro de campo e mal treinado fora dele. Esse cenário fez parte da vida do torcedor atleticano durante vários e vários anos.
Desde a chegada do técnico Tiago Nunes ao time principal, o torcedor atleticano tem tido muito mais alegria que tristeza e a chance do ver o Athletico sair com os três pontos é enorme. É claro que teremos jogos que o time não estará bem e o resultado negativo aparecerá, mas mesmo assim o torcedor presente no Joaquim Américo entenderá e não deixará de apoiar a equipe.
Os jogadores estão fechados com seu comandante. Nunes respeita os jogadores e não temos nenhuma estrela para desvirtuar o foco dos nossos objetivos. Os jogadores se entregam dentro de campo, basta ver a entrega de todos durante o jogo contra os bolivianos, sendo este apenas o segundo jogo oficial deste time neste ano de 2019.
Sou chato, muito chato (deve ser a idade que está chegando), mas me incomoda ir para a Baixada e ver um time sem vontade dentro de campo, como vimos o time que jogou o primeiro turno do Campeonato Paranaense, mas cada vez que chego ao estádio e vejo um jogo como o de quinta, tenho a certeza que estamos no caminho certo, mesmo com pouco mais de 16 mil torcedores presenciarem o espetáculo contra o Jorge Wilstermann.
Entendo que muitos torcedores atleticanos não têm condições de se associar, não entendo a briga entre a diretoria e a torcida organizada, mas é uma pena ver a Baixada vazia em jogos tão importantes.
Se eu pudesse dar um recado ao nosso torcedor, o recado seria o seguinte: dê um jeito de associar, o Athletico está vivendo um momento mágico, vale muito a pena sair de casa e ver um espetáculo de futebol, somos privilegiados de viver este momento junto com o clube. Não deixei de ser sócio do clube, única e exclusivamente por causa do meu filho e hoje não me arrependo nenhum pouco, apesar de achar que a relação entre a diretoria do clube com o torcedor atleticano em geral ainda é muito precária.