O Athletico do Povo
O ano é 1978. Campeonato Paranaense.
O local: Vila Capanema, se não me falha a memória. O jogo: Atlético x Colorado. O mês era novembro. Sim, naquela época nosso “rural” era no segundo semestre.
E era bem importante, pois raramente brigávamos por algo nacional.
O Atlético vinha de um improvável 4 x 4 contra o Colorado, com 4 gols de Ziquita em 12 minutos. Jogo épico, gravado na história.
Pouco lembro do jogo, pois aos 4 anos de idade o futebol é muito mais interessante de ser jogado do que assistido. Dormi nas arquibancadas.
Ziquita não brilhou naquela noite de novembro.
Mas tínhamos um tal de Rotta, meia na casa dos 20 anos de idade. E coube a ele marcar para o Atlético o gol da vitória.
O estádio veio abaixo. E eu, obviamente, acordei, bastante assustado, sem entender ao certo o motivo daquela emoção toda.
De alguma forma aquela noite de novembro me marcou decisivamente, gravando de forma definitiva na minha memória a emoção de ser atleticano e de pertencer a uma multidão de apaixonados.
Nosso treinador da época cravou após os 4 gols de Ziquita: “… o Atlético é força porque é do povo”.
E, enfim, é isso.
Os anos passaram, o Atlético cresceu, diminuiu, quase acabou, voltou a crescer. Sempre foi levado pelo seu povo. E junto dele conquistou o Brasil. Já como Athletico, conquistou a América.
Hoje é imenso. Tem um time que insiste em rivalizar com os “grandes” de outrora. É ousado, usa o Campeonato regional, antes fundamental, como laboratório.
Forma jogadores, inova na gestão, peita os grandes, desagrada a CBF. Gosta tanto de uma briga que sobra até para a torcida, não raras vezes.
O Furacão, enfim, incomoda.
O ano agora é 2019…
Estamos vindo da maior conquista dos nossos 95 anos de história.
Conquistamos, finalmente, a América.
Conquistaremos o Mundo?
O Athletico do povo sabe que sim. Nos braços do seu povo.