12 abr 2019 - 12h07

É só chegar, freguesia

Em dias de jogos na Baixada o comércio de alimentos na entrada do estádio é intenso. Depois da revitalização da Praça Afonso Botelho, aumentou a área de convivência daquele espaço público e hoje o torcedor atleticano tem dezenas de opções para fazer aquela boquinha antes ou depois dos jogos em casa.

Enquanto o prometido “boulevard gastronômico” do Joaquim Américo não sai do papel e existem críticas recorrentes quanto a qualidade e opções de lanches dentro do estádio, do lado de fora a realidade é completamente diferente. Se antigamente não havia muito mais do que vários tipos de cachorro quente, hoje as opções nas cercanias da Baixada em dia de jogos tornam a área uma pequena e itinerante vila gastronômica como diversas já espalhadas pela cidade.

Na noite da quarta-feira dia 10 de abril, a equipe da Furacao.com foi provar algumas das delícias e ouvir um pouco sobre quem faz a festa e mata a fome do torcedor atleticano. Há desde hambúrguer artesanal, cachorros quente com dezenas de variações, passando por pastel frito na hora e os tradicionais espetinhos e a pipoca, tanto a comum como a com bacon além da colorida que faz a festa das crianças.

MUDANÇAS

Dona Diva possui barraca de cachorro quente há cerca de 10 anos. Segundo ela hoje o cliente é muito mais exigente. “Antes era pão com vina e algum molho, hoje todo mundo quer mais salada, vários complementos e até vina sem ser de carne. Mas eu não faço não.” Segundo ela a concorrência no começo era ruim porque perdia clientes, mas com o tempo aprendeu a se adaptar. Ela atende com o marido que fica coordenando a venda de bebidas e a sobrinha que ajuda nos pedidos. Dona Diva não confessa, mas pelo que comentou pareceu ser coxa-branca.

Ela vende seus produtos em saídas de outros eventos, feiras, shows e nos jogos de maior apelo no Couto Pereira. Perguntada sobre o jogo daquele dia, justamente o clássico Atletiba se esquivou e disse que o mais importante era ver todo mundo feliz……e de barriga cheia!

TRADIÇÃO

Só mulheres atendendo. Na barraca Família Lanches, na esquina entre a Rua Engenheiros Rebouças e Pedro Augusto Menna Barreto, a simpática Juliana afirma sem medo: nosso carro chefe é o pão com pernil. Em jogos como o último Atletiba chegam a vender 400 unidades do produto. O belo pernil sendo ostentando sobre a chapa é um grande chamariz.

Trabalhando no ramo há cerca de 6 anos, elas vendem ainda hamburguer de costela e de fraldinha, mas afirmam categoricamente que o carro chefe é o X pernil. Elas oferecem ainda vários molhos, pimentas e mostardas e trabalham somente na Baixada. A camisa rubro-negra da atendente mostra bem o motivo.

ESPETINHO

Um dos mais tradicionais petiscos do torcedor brasileiro também está presente nos arredores da Baixada. O espetinho de carne, com suas variações de frango, linguiça e coração de frango fazem a alegria e deixam aquele cheiro convidativo de fumaça na roupa dos consumidores.

Falamos com dona Natalicia que atende sozinha e nem lembra há quanto tempo, mas afirma serem mais de 15 anos, perto de 20 que vende seus espetinhos na entrada de diversos estádios na capital. Nos últimos anos ela passou a vender não somente água, cerveja e refrigerante para acompanhar a carne, mas também “o gole” que a turma pede. O gole são doses generosas de destilados como vodka e wisque que misturados aos litrões de energético fazem a alegria da moçada.

Espetinho é tradição

Ela não sabe ao certo quantos espetinhos consegue vender por evento, mas diz que a concorrência nos últimos anos piorou um pouco o negócio e por isso vender bebida ajudou bastante.

BEBIDA

Face a contestada proibição da venda de cerveja dentro dos estádios no Paraná, o pessoal que gosta da gelada tem se saciado antes e depois dos jogos nos bares da região e também com os ambulantes. A latinha em geral custa R$ 5,00 mas bem negociado o cliente consegue 3 unidades por R$ 10,00.

Além da cerveja e refrigerante, o “gole” faz sucesso

Segundo os ambulantes da região, tem crescido a venda tanto dos “goles” como do já famoso Corote, que é basicamente o gole já feito e industrializado. O preço acessível ajuda na venda do exótico e colorido produto, sucesso entre os universitários e agora também presente nos estádios da capital.

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