Se não é sofrido, não é Athletico
Domingo de Páscoa, 21 de abril de 2019.
Quis o destino que a final do Campeonato Paranaense de 2019 caísse num domingo de Páscoa.
Athletico x Toledo foi o jogo que marcou o reencontro de muitas famílias com o Joaquim Américo. Rostos novos, crianças por todos os lados. Alguns com idade bastante próxima aos que disputavam no gramado.
Mas o jogo era no domingo de Páscoa, em que se comemora o renascimento. E neste campeonato, também tivemos nosso renascimento: o “menino” Marquinho.
Não, Marquinho não brilhou nessa final. Marquinho provavelmente não brilhou no campeonato todo.
Mas Marquinho não se poupou nos jogos. Muitos insistiam em dizer que estava aposentado, após seguidas e sérias lesões. Mas ele decidiu não aceitar esse fim precoce. Marquinho lutou. Ele não aguentava mais esperar para entrar no campo e jogar.
Marquinho e seu costume de maltratar os coxas. Mais uma vez coube a ele colocar os verdes no lugar de onde não sairão tão cedo. Se é que sairão algum dia. Já se escuta por aí que tentarão contratar Marquinho… Marquinho merece oportunidade melhor.
Coube a ele um dos discursos motivacionais mais brilhantes que tivemos nos últimos tempos, no vestiário da final do segundo turno diante dos coxas: “Baixa a cabeça porque aqui quem manda sou eu!”. Restou aos coxas baixaram a cabeça. Engoliram mais uma vez seu restante de arrogância e partiram derrotados. Tentaram levar pedaços do Joaquim Américo pra casa, os coxas, como se isso diminuísse a intransponível distância que separa os dois tradicionais clubes do estado.
Mas nem só de Marquinho viveu esse time de Aspirantes. Afinal, aspirante é quem busca, quem corre atrás.
E como correram esses meninos, depois de um primeiro turno lamentável. Acordaram, embalados pelos excelentes Lucas Halter, Erick, Vitinho, o improvável Poveda, Khellven…
O Khellven, meus amigos. O que dizer desse menino que recém completou 18 anos ? Quanta qualidade tem esse garoto. Que personalidade para bater dois pênaltis decisivos como se já tivesse ganho tudo na vida. Será que teremos em breve um substituto ao insubstituível Jonathan? Eu acredito que sim.
Vimos também que os excelentes João Pedro e Matheus Anjos precisam reencontrar a humildade perdida, pois não lhes falta futebol.
Enfim, muitas vezes entre trancos e barrancos, com muito sofrimento como que para homenagear a Paixão de Cristo, nossos meninos parecem demonstrar que venceremos os estaduais com qualquer time que decidirmos colocar na disputa. Gostem ou não os rivais de outrora, nossa briga hoje em dia é bem mais pra cima.
Foi nos pênaltis o nosso sofrido bicampeonato. Será essa nossa sina? Meu coração espera sinceramente que não.
Ao Marquinho, todo meu respeito e desejo de sucesso na carreira. Você mostrou aos nossos meninos que, daqui pra frente, quem aqui vier vai ter que baixar a cabeça. Pois aqui quem manda somos nós.