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28 abr 2019 - 8h40

Athleticanismo, razão e política – lições do velho e bom “Niccão” ao nosso querido “Prínci-dente”

Dedicado ao nosso Presidente Mario Celso Petrallia como fonte de inspiração, assim como fez Niccolò Machiavelli ainda no período que o Brasil e a América (que vamos conquistar) ainda engatinhava.

Texto adaptado de MACHIAVELLI, Niccolò, O PRÍNCIPE, escrito em 1505 e publicado em 1515 – por ser adaptado algumas partes do texto do filósofo italiano foram reproduzidas de maneira integral, mas voltada para o sentido futebolístico da análise.

Apresentado em partes, este texto não tem a pretensão de constituir-se como uma análise política e econômica dos governos que se sucedem no nosso amado Athletico Paranaense. Serve apenas de maneira irônica e metafórica, para que com a sutileza e respeito que nosso presidente exige, seja realizada a breve homenagem dos feitos alcançados e também uma problematização crítica dos possíveis rumos que nosso Furacão pode tomar.

Espero que os entendedores o entenda, porque o futebol é muito grande para eximir-se de uma boa leitura!

Capítulo I – “De quantas são as espécies de torcedores e de que modos são adquiridos”.

Todos os Clubes, todos os times de futebol que tiveram e têm autoridade sobre os torcedores, foram ou são clubes sociais ou times com dono. Os ‘times de donos’ são: ou hereditários, quando recebidos enquanto propriedade particular, ou novos. Os novos podem ser totalmente novos, como é o Red Bull Bra-sil sediado na cidade de Campinas – SP, ou são como membros acrescidos a um clube social que passa a ser um time de dono que os adquire, como é caso recente da formação do Red Bull Bra-gantino, ou ainda o Valladolid comprado pelo Ronaldo Fenômeno (que tremeu no caldeirão). Estes domínios assim obtidos criam torcedores que estão acostumados a viver sobre a tradição da hereditariedade, ou a ser livres, sendo adquiridos com títulos de outrem ou com os próprios, bem como pelo dinheiro ou por virtude ou carisma do dono.

Capítulo II – Time de donos Hereditários.

Não cogitarei aqui dos ‘clubes sociais’ porque deles tratarei longamente em outra oportunidade. Voltarei minha atenção somente para os ‘times de dono’, delineando os princípios descritos e discutirei como devem ser eles governados ou mantidos. Digo, pois, que para a preservação do clubes sociais convertidos em times de donos hereditários (i.e., acrescidos a um clube social), as dificuldades são menores que nos novos, pois é bastante não preterir os costumes dos antepassados e, depois, contemporizar com os acontecimentos fortuitos, de forma que, se tal ‘dono’ for dotado de ordinária capacidade sempre se manterá no poder, a menos que uma extraordinária e excessiva força dele venha a privá-lo; e, uma vez dele destituído, ainda que temível seja o usurpador, volta a conquistá-lo.

Nós temos no Brasil, como exemplo, a Portuguesa que não cedeu aos assaltos do Fluminense e CBF, nem aos da FIFA, apenas por ser um clube antigo desafiou os poderes instituídos. Na verdade, um clube social de futebol tem menos razões e menos necessidade de ofender: donde se conclui dever ser mais amado e, se não se faz odiar por desbragados vícios, é lógico e natural seja benquisto de todos. E na continuidade e continuação do exercício do esporte, apagam-se as lembranças e as causas das inovações, porque uma mudança sempre deixa lançada a base para erecção de outra.

Continua…

Fontes: http://www.ebooksbrasil.org/adobeebook/principe.pdf ; acesso 27 de abril de 2019.

http://globoesporte.globo.com/futebol/brasileirao-serie-a/noticia/2013/12/portuguesa-perde-quatro-pontos-e-rebaixada-e-fluminense-se-salva.html ; acesso 27 de abril de 2019.



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