10 maio 2019 - 14h34

Eu era a craque da 8

Eu sempre amei esportes! Todos eles! Quando criança, se eu tivesse oportunidade, eu estava dentro de um campo ou de quadra jogando o que quer que fosse. O futebol, claro, o esporte por excelência, era o preferido.

No meu tempo de escola existia um evento anual chamado Jogos Escolares ou Olimpíadas Escolares. Cada classe escolhia um País, um Estado, enfim, um nome para defender e enfrentava as outras turmas, nos mais variados esportes. Era o evento mais esperado por mim no calendário escolar. Eu me inscrevia em absolutamente todas as modalidades possíveis, desde o futebol até o revezamento 4 x 100.

Nos meses que antecediam esse evento as turmas precisavam definir muitas coisas, especialmente o nome e os uniformes. Sempre rolava uma disputa absurda pelos números das camisas. Eu sempre pedi para ficar com a camiseta de número 8. Eu brigava para ficar com a 8. A 8 era minha e ponto final.

Sempre! Eu sempre fui a craque da 8! Eu era a craque da 8 por causa do Sicupira!

Eu não o vi jogar, já que ele pendurou as chuteiras bem antes de eu nascer. Conheci seus feitos e aprendi desde pequena que se tratava de um grande ídolo ouvindo as histórias do meu pai e da minha mãe. Ela, inclusive, que é atleticana só por causa do Sicupira, já que meus avós maternos não são atleticanos.

Foi assistindo o Programa Mesa Redonda que eu vi quem era esse tal de Sicupira que eu amava só de ouvir falar. Nas imagens em preto e branco da TV eu vi seus gols, seus lances e passei a compreender o motivo desse cara ser o maior que já vestiu a nossa camisa.

Como pode a gente nutrir tamanho respeito por alguém que sequer viu jogar?

Tive o grande privilégio de, pessoalmente, ouvi-lo contar inúmeras causos num Círculo de História Atleticana. Ao final, pude dizer a ele o quanto ouvir suas histórias, quando criança, forjaram meu espírito atleticano. Tenho foto e autógrafo na camisa. Ontem, para sacramentar a condição de ídolo inequívoco, ela estava na arquibancada ao lado da sua gente, prestes a completar 75 anos de vida, acompanhando o Atlético fazendo história.

Por tudo, obrigada, Sicupira! A camisa 8 continua sendo e será sempre, para mim, a mais linda de todas!

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