14 maio 2019 - 11h31

Tudo sobre a Higenamina, um pesadelo rubro-negro

Em coletiva realizada na Arena da Baixada, o presidente do conselho deliberativo do Athletico, Mario Celso Petraglia, confirmou que os jogadores Thiago Heleno e Camacho ingeriram uma substância proibida pelos controles de dopagem e podem desfalcar a equipe principal na disputa dos próximos jogos e torneios.

A substância em questão é a higenamina (também por vezes grafada Higenamine, em inglês). A eventual confirmação do uso pelos controles antidopagem poderá causar o afastamento de dois dos principais atletas do Furacão.

Higenamina

A higenamina é proibida pela Agência Mundial Antidoping (WADA). Este composto é semelhante a outras substâncias produzidas pelo nosso organismo, como a dopamina, noradrenalina e adrenalina.

Derivada de várias plantas, ela é vendida na forma de suplementos e em bebidas de treino. É uma ferramenta para atletas de elite obterem vantagem competitiva. Por essa razão, mesmo após certa divergência entre especialistas, a WADA proibiu formalmente o seu uso a partir de 2017.

A substância é capaz de provocar o aumento da queima de gordura corpórea e o ganho de massa muscular em razão da maior disponibilidade de energia ao metabolismo e às células musculares. Alguns estudos mostram que a administração da higenamina pode reduzir alguns compostos envolvidos nas reações inflamatórias no corpo, sendo útil, assim, em alguns casos relacionados com o aumento da imunidade.

Entre os efeitos colaterais, este composto promove aumento da pressão arterial e surgimento de arritmias (desregulação do ritmo e aumento da frequência dos batimentos do coração). Sua administração pode causar riscos de problemas cardíacos.

Como é realizado o exame antidoping?

Geralmente, os exames no futebol são realizados durante o andamento de alguma competição, com dois atletas selecionados por time.

Os jogadores são levados à estação de controle de dopagem e precisam urinar em um pote de coleta. O conteúdo é dividido então em dois frascos (A e B).

Os potes, lacrados, são enviados a um laboratório credenciado pela WADA para análise. A amostra A é investigada e a B é congelada em local seguro. Os critérios medidos pelo controle antidopagem são pH e densidade urinária.

Os resultados são então enviados a uma organização antidopagem que é diretamente responsável pela sua gestão. Se alguma substância proibida for detectada, o atleta e sua equipe são notificados do resultado e podem solicitar a abertura da contraprova. A amostra B, a partir daí, é descongelada – se a substância proibida também estiver presente, o atleta será levado a julgamento.

Casos de doping no futebol

Ex-meia do Barcelona, Deco testou positivo para as substâncias hidrocloratiazida e carboxi-tamoxifeno em 2013, quando atuava pelo Fluminense. Foi suspenso por um ano pelo STJD.

O volante Fred, do Manchester United, foi julgado pela Conmebol por ter sido pego no exame antidoping durante a disputa da Copa América de 2015. A substância registrada no teste é a hidroclorotiazida. Fred ficou sem poder jogar por um ano.

O zagueiro Lucas Martínez e o meia Camilo Mayada foram flagrados, em 2017, pelo uso de OXA B12 (relaxante muscular) que mascara a presença de outras substâncias. A Conmebol suspendeu a dupla do River Plate por um período de sete meses.

No mesmo ano, o croata Darijo Srna suspendeu temporariamente a carreira após ter sido pego em teste realizado pelo Centro Antidoping da Ucrânia. A substância proibida não foi divulgada, mas Srna resolveu não voltar a jogar enquanto não resolvesse o processo para cuidar da sua reputação.

O atacante Paolo Guerrero, atualmente no Inter, foi flagrado no exame antidoping realizado após o confronto entre Peru e Argentina, pelas eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018. Ele testou positivo para benzoilcgonina, um componente da cocaína. A notícia chocou o futebol peruano porque o atacante foi suspenso provisoriamente por um ano pela Fifa e corria o risco de ficar fora da Copa. A pena foi reduzida para seis meses, mas a Corte Arbitral do Esporte ampliou a suspensão para 14 meses.

O futuro

O zagueiro Thiago Heleno já teve seu primeiro exame antidoping (amostra A) positivo e está afastado temporariamente pela Conmebol, não podendo atuar por um período de 60 dias. O clube ainda não foi notificado pela entidade quanto ao resultado do exame de Camacho. A Conmebol ainda não se manifestou, enquanto o clube espera o resultados da contraprova.

Durante a coletiva, Petraglia informou que o Athletico já contratou advogados e especialistas para auxiliar na defesa dos jogadores. A comprovação de que o uso não foi intencional pode reduzir a pena imposta ao atleta.

Assuntos: | |


Últimas Notícias

Notícias

A cara do fracasso

O Athletico conseguiu o que parecia impossível. Depois de chegar aos 41 pontos vencendo o Atlético GO na 34ª rodada, o Furacão precisava de somente…

Brasileiro

Pesadelo ainda sem fim

Mesmo com mais um show da torcida atleticana dentro de casa, levando novamente mais de 40 mil pessoas ao Estádio Joaquim Américo, o rubro-negro voltou…