VAR: juiz incompetente e tecnologia estrábica
O árbitro de vídeo (o famigerado VAR – Video Assistant Referee) foi pensado para ter “mínima interferência e máximo benefício”. O lema pode ser traduzido como “impedir grandes injustiças”. Ainda que para isso a gente modifique as características do jogo – sabíamos que as partidas iriam parar mais e a explosão de emoção coletiva com uma bola na rede estaria ameaçado, à espera da checagem dos lances.
Mas valeria a pena, pois o VAR impediria alguns erros claros e graves da arbitragem. Hoje, tenho sérias dúvidas se, de fato, vale a pena. Porque fazer justiça parcial, ou seletiva, não é fazer justiça.
O que fez o futebol virar o esporte mais amado do mundo, sem comparação com nenhum outro, definitivamente, não é a pretensa “justiça na arbitragem”. Ela é apenas uma ilusão e munição para horas de debates inúteis. Com ou sem VAR…
A expectativa de que o VAR reduza os erros crassos é grande. Mas a chegada do recurso não exclui também a necessidade de profissionalizar a arbitragem brasileira, tão maltratada desde os seus primórdios.
O problema nunca é e nunca será a tecnologia do vídeo. O problema sempre foi e sempre será daqueles que usam a ferramenta. Porque o humano é falho. O humano é injusto. O humano é corruptível. E, lamentavelmente, quando tem a chance de promover justiça e trazer a igualdade, faz justamente o contrário: provoca a ira, causa a entropia, torna a desigualdade ainda maior e transforma a justiça em vergonha.
Enquanto isso, Caboclo e outros caboclos estão lá, sentados no trono real, possivelmente conspirando e planejando os próximos ataques, jogadas políticas e atentados ao futebol brasileiro, para benefícios próprios. Por aqui, tudo isso mais parece uma luta que se luta sozinho. Afinal, somos apenas nós, o “Atlético do Paraná”.
O VAR é mais um juiz a errar e acertar, ver quando quer, calar quando vê e não quer; nada de especial. O lance que todo o estádio viu (mesmo aqueles em ângulo menos privilegiado), em que Diego Alves pega a bola (muito) fora da área com as mãos, o VAR e os juízes não viram – ou não quiseram ver? Afinal, era muito prejuízo para o Urubu em começo de jogo. Então, melhor não ver.
Justo eles, que viram tantas coisas no jogo, estavam de costas para o lance capital. No pênalti em Cirino, o juiz não viu a falta claríssima. Muito acionado, foi para a telinha, daí viu, mas viu também uma falta no meio de campo, que ele também não tinha visto. Um horror que durou quase sete minutos de idas e vindas para se organizar mais um crime. O final já sabemos: a decepcionante marcação da falta sobre o jogador de condomínio.
O serviço foi feito nos pequenos e grandes lances. Ainda vai dar muito que falar esse mix de juiz incompetente com tecnologia estrábica.