1 ago 2019 - 10h37

Até logo, Boca!

Depois da nossa primeira partida, em 1973, quando saímos vencedores, te reencontrar parecia algo distante.

Sua primeira Libertadores veio já em 1977, e outras cinco vieram depois. Por essas bandas, somente em 2001 conquistamos nosso primeiro campeonato nacional, e só em 2018 é que veio a primeira taça internacional. Não foi nenhuma Libertadores, mas aquela Sulamericana nos credenciou, enfim, para esse reencontro.

Você, gigante e milionário, conheceu a Arena da Baixada e sua força. Foram 32.133 mil vozes apoiando um time que vinha sendo forjado e lapidado para grandes jogos como esse. Os 3×0 a nosso favor mostrou que no nosso primeiro encontro pela fase de grupos foi um aviso: também mudamos muito depois de 1973.

Depois, chegou a hora de conhecermos a mítica Bombonera. Aquele aviso, porém, era sério, e não deixamos de jogar o futebol que queremos tornar rotina por aqui. Perdemos, com um gol no fim, mas saímos de cabeça erguida e, certamente, com seu respeito.

Quiseram os deuses do futebol que esse reencontro tivesse dois novos capítulos, agora pelas oitavas de final da mesma Libertadores.

A Arena da Baixada voltou a te receber, e dessa vez foram 34.456 confiantes torcedores. Talvez confiantes até demais, mas não sem motivos.

Pesou demais sua camisa naquele dia, e aquele nosso futebol não apareceu. Como se não bastasse, alguns centímetros foram decisivos (e não só uma vez), sendo cruéis conosco, e benevolentes com você! 0x1 foi o resultado final.

Restava, assim, o derradeiro encontro. A decisão da vaga nas quartas de final ficou para La Bombonera, terror de times brasileiros, admirado e respeitado no mundo todo. Sua classificação era não apenas provável – o trunfo de que necessitávamos seria um verdadeiro milagre.

Naquele último dia de julho, o roteiro do primeiro jogo se repetiu. Não tivemos qualidade. Ou casca. Ou elenco. Ou camisa. Ou de tudo isso, um pouco. O milagre ficou longe de acontecer; ficou a expectativa frustrada.

Restou o que para alguns é um alento certo e, para outros, uma distante esperança (dependendo do quanto a frustração acometeu cada torcedor): o jogo de ontem, definitivamente, não foi um adeus. Nos reencontraremos novamente, e não seremos mais uma novidade pra você. E quando isso acontecer, você, que continuará gigante, vai se lembrar do Paranaense. Não se intimidará, certamente, mas se lembrará que, como em 2019, não foi o acaso que nos trouxe até você. Estamos aqui, e continuaremos lutando.

Até a próxima, Boca!



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