Estamos chegando
Tempo suficiente passou para que pudéssemos digerir a eliminação na Libertadores e comemorar o título conquistado no Japão. Tentando ser racional e o mais imparcial possível, analiso sob a perspectiva histórica a atual situação do nosso Furacão.
Há pelo menos 20 anos ouço que o Athletico é o “time do futuro”.
Nas últimas 3 décadas o Furacão faz jus ao seu apelido e assume, hoje, uma posição de protagonismo como sendo a maior transformação registrada no futebol brasileiro.
Com o passar dos anos, o clube ficou conhecido pelo sucesso patrimonial e mercadológico. Estruturando seu departamento de futebol com o que há de mais moderno, criando jogadores em casa e promovendo contratações sem risco à saúde financeira, os resultados começaram a aparecer.
Não foi por acaso que o time de Aspirantes venceu os dois últimos campeonatos regionais e de quebra revelou destaques que hoje atuam na equipe principal e em gigantes europeus. Ao mesmo tempo, o Furacão sagrou-se campeão Sul-Americano e, mais recentemente, conquistou seu primeiro título intercontinental. Agora, o clube sonha com novos saltos de qualidade.
Fato é que os tempos mudaram – a tradição está lá, mas a história vai sendo escrita; e enquanto os gigantes perdem terreno, outros avançam. O rubro-negro paranaense se lança intensamente nessa aventura.
Nos últimos meses, o furacão bateu de frente com o poderoso River Plate e Boca Juniors (e venceu!) – dois dos maiores times do planeta. Atualmente, disputa vaga para final da Copa do Brasil e deve manter-se na briga até o fim do campeonato por uma vaga na Libertadores de 2020 via Brasileirão.
À primeira vista, pode ser bobeira, mas pouco tempo atrás o Athletico resistiu ao assédio do Galo de Minas que tentou a contratação do nosso Tiago Nunes – digo isso porque em outros tempos os treinadores sairiam daqui imediatamente após um aceno dos clubes do “eixo”.
Não se ganha o tempo todo, de qualquer modo e em qualquer lugar. Mesmo com organização, elenco forte, projetos grandiosos e promessas de sucesso.
Frente a isso, torcedor, o que aprendemos depois de tudo o que foi vivido nesta trajetória quase centenária? O que as sofridas vitórias, os dramáticos títulos conquistados e principalmente os reveses nos ensinaram? Saímos fortalecidos? Tiramos lições? Adquirimos “casca”? Estamos prontos para os próximos passos?
Fato é que podemos tranquilamente dizer que o Athletico tornou-se um clube respeitado e conhecido. Todos os que entendem minimamente de futebol sabem reconhecer nossa camisa, nossas cores, nosso estádio, inclusive internacionalmente.
Os rivais sabem que temos algo a ser dito. Diferentemente do que ocorria há pouco tempo quando precisávamos explicar que time era esse, de onde éramos e que não se tratava de uma exótica camisa do futebol brasileiro.
Olham o torcedor atleticano sabendo quem ele é e com alto nível de respeito, algo certamente constatado por aqueles que estiveram recentemente na capital argentina. Diversos bares e pontos comerciais de Buenos Aires são enfeitados e coloridos com objetos, adornos, cores e símbolos do “El Paranaense”.
Sim, temos prestígio entre gigantes e o respeito daqueles que nos enfrentaram e constataram a força com que sopram os ventos pelos lados do Furacão das Américas.
Estou cada vez mais convicto de que tudo isso não é e não foi por acaso. De que o futuro prometido está cada vez mais próximo de acontecer. De que o Athletico é o time do presente.
Então, torcedor, desfrute e aprecie o momento; queiram ou não, admitam os rivais ou não, a realidade apresenta-se cada vez mais nítida, mesmo àqueles que preferem fechar os olhos: estamos chegando.