Tradição ou evolução II
Exatamente por ser “velho pra cacete” – já passei dos sessenta e faz tempo – eu, mais do que ninguém, teria “o direito” de ser apegado ao conservadorismo, às tradições mais remotas, ao antigo, enfim, ser mais um daqueles anciãos chatos, reacionários e que têm aquele discurso que, a rigor, ninguém aguenta, cheio de “na minha época…”, “antigamente…”, “aquilo sim é que era…”.
Sabe aqueles velhotes metidos a “professores da vida” que, quando chegam numa roda, repentinamente provocam uma “saída em debandada” e acabam ficando sozinhos, ou, no máximo, com mais um ou dois “piedosos”? Pois é, mas uma coisa que sempre pedi fervorosamente em minhas orações foi a de não me tornar mais um desses “intoleráveis macróbios” incapazes de perceber que a evolução, em tudo e por tudo, é um processo irrefreável e que temos todos que nos adaptar às mudanças que ela traz em ritmo cada vez mais intenso e acelerado, sob pena de ficarmos à margem da nossa própria realidade do dia a dia.
Todavia, o que mais me causa perplexidade não é o fato do reacionarismo se encontrar presente “na cabeça” da maioria dos nossos idosos – o que é por demais compreensível e até mesmo aceitável -, mas é ele se encontrar na de muitos jovens. O Club ATHLETICO Paranaense está hoje onde está porque nessas últimas duas décadas aceitou e acompanhou de muito perto as mudanças que ocorreram no mundo. Essas mudanças continuarão a acontecer. Deixar de acompanhá-las não é mais uma opção. Não quero que vocês concordem comigo, quero apenas que pensem a respeito com serenidade e realismo.