Valeu, menino Rony!
Os olhos marejados não me deixavam apreciar o momento. A explosão em uma das maiores conquistas que já vivi, me faziam apenas ouvir um nome: Rony!
Só dava Rony, e eu, ajoelhado e afastado da televisão, isolado e bem longe de todos os comentários, não consegui avançar após os 15 ou 20 minutos do segundo tempo. Era uma mistura de sonho, medo, fé. Um embolado de sentimentos que nós, atleticanos, jamais conseguiremos explicar.
Aos quarenta e tantos minutos, fui tomado pelo som das vozes da Fabi, minha esposa: “venha…venha…venha….vamos ser campeões!”
Eu queria acreditar, mas não tinha muitas forças. Eu só queria o fim. Eu e mais de um milhão de atleticanos espalhados pelo mundo, não tenho dúvidas. Seria o último ataque, com a bola nos pés do Cirino. Me dirigi lentamente e fiquei quase de frente para o jogo, mal vi o drible histórico do nosso camisa 10, e quando caiu a ficha, apareceu um gigante na minha frente: Rony, Rony, Rony.
Tenho convicção de que Rony foi mais um entre tantos nomes que entraram para uma das maiores conquistas do clube, mas foi para mim, o nome que mais marcou no ano de 2019. Ao meu ver, foi o fruto de todo o sacrifício, foi o trevo de 4 folhas, foi o cara que chutou para o gol e fez quase pular do peito o coração do torcedor.
Por este momento e por tantos outros momentos proporcionados pelo nosso camisa 7, é que hoje fiquei um pouco mais triste. Talvez entre todos eles, era o único que eu não queria me despedir, mas são tantas coisas que envolvem o futebol, que só nós mesmos, tolos torcedores, teimamos em querer achar que o nosso sentimento está acima de tudo.
Dane-se! Eu vi o Rony jogar. Meus filhos viram o Rony jogar, e isso ficará marcado para sempre em nossas vidas, independente da ganância de empresários e vaidades de dirigentes. A imagem que terei, será para sempre guardada em minha memória e em meu coração, e isso nunca estará à venda.
Sou sim muito grato a este camisa 7 que me fez gritar: É campeão!
Valeu, menino Rony!