25 maio 2020 - 20h50

Adeus, professor Vadão

Hoje (25) à tarde faleceu Oswaldo Alvarez, o Vadão, que estava internado tratando um câncer no fígado.

A notícia vem logo após um domingo nostálgico e emocionante, no qual a torcida atleticana residente em Curitiba e região pode rever na televisão a conquista do Brasileirão de 2001. A alegria de relembrar a histórica conquista dá agora lugar à tristeza de ver partir um treinador que também teve grande responsabilidade por fazer a torcida acreditar que o Atlético podia ir além.

Em 1999, Vadão assumiu o Atlético pela primeira vez e já tratou de marcar seu nome na história rubro-negra. Ao vencer o título da Seletiva sobre o Cruzeiro (depois de eliminar Portuguesa, Coritiba, Internacional e São Paulo), o treinador colocava o Furacão na Libertadores da América pela primeira vez em sua história. No ano 2000 foi Campeão Paranaense, numa final histórica com o rival Coritiba, na primeira conquista da Arena, iniciando a trajetória do nosso primeiro tricampeonato estadual, e levou o rubro-negro às oitavas de final da competição mais importante das Américas, logo em sua estreia – e com uma campanha de deixar todo atleticano orgulhoso, melhor time da primeira fase, com 5 vitórias e 1 empate, sendo eliminado nas oitavas de final para o Atlético-MG, nos pênaltis.

Além da representatividade e da importância das suas conquistas na primeira passagem pelo Rubro-Negro, Vadão ainda estabeleceu as bases do time que no ano seguinte colocaria a estrela dourada em nosso peito.

Em 2003, Vadão retornou ao Atlético, desta vez numa passagem discreta. Mas apesar de sair desta vez sem conquistar títulos, Vadão mais uma vez deixou um legado, consolidando os jovens Fernandinho e Jadson no time principal e indicando a contratação de Washington para o clube. Um ano depois, estes jogadores seriam peças fundamentais em uma das equipes mais brilhantes da história do clube.

Em 2006, Oswaldo retornou para fazer sua última passagem pelo Furacão. Mais uma vez o treinador não conseguiu repetir o bom trabalho de sua primeira passagem, mas sob seu comando o Atlético chegou pela primeira vez na semifinal da Copa Sul-Americana, em uma campanha marcada por jogos históricos, eliminando o gigante River Plate nas oitavas de final e protagonizando um verdadeiro show contra o Nacional do Uruguai nas quartas de final, com direito a um dos gols coletivos mais bonitos já vistos na Arena da Baixada.

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No final do ano de 1999, um apaixonado torcedor atleticano sugeriu que fosse colocada uma camisa rubro-negra em uma cápsula do tempo que será aberta no ano 3000. Quem abri-la vai se deparar com a camisa de um time que na época do fechamento da cápsula começava a cavar seu espaço, cotovelando gigantes e acreditando que podia chegar longe. O nome de Vadão estará para sempre vinculado a este Atlético aguerrido e sonhador. E para além do ano 3000 estará a gratidão da torcida atleticana ao treinador, porque o sentimento é eterno, como hoje se tornou eterno Oswaldo Alvarez.

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