16 ago 2020 - 23h23

“O senhor ache e não ache, tudo é e não é”

Caros amigos, o título desta nota remete à história do jogo de hoje. Quando Riobaldo, célebre personagem de Guimarães Rosa na obra Grande Sertão: Veredas faz essa afirmação, indica sentimento semelhante ao que o torcedor atleticano experimentou na noite deste domingo.

O Ahletico foi. Foi superior durante boa parte do jogo. Foi dominante: quase 70% de posse de bola. O Athletico foi obediente taticamente. Mas estamos falando de futebol. E, no futebol, “tudo é e não é”. Se hoje o Furacão disputava a liderança do certame nacional contra um Santos em frangalhos, se o domínio territorial – especialmente na primeira etapa – indicava certa superioridade do Rubro-Negro, o que era para ter sido… não foi.

Mantendo a posse de bola sem correr riscos, o Furacão dominava o Peixe até que, aos 27′ do 1º tempo, uma sequência incrível de erros individuais custaram caro. Na saída de bola, Thiago Heleno forçou o passe para Lucas Halter, que errou e permitiu ao Santos a recuperação da bola. Marinho, costumeiro carrasco do Athletico, invadiu a área e fez o passe. A bola ainda cruzou a pequena área e o goleiro Santos deixou passar para Soteldo que, tranquilamente, empurrou para as redes.

Depois do gol, e ao contrário do que os comentaristas “oficiais” pregaram na transmissão, o Rubro-Negro não mudou a postura. Continuou priorizando a posse de bola e buscando o ataque, mas sem nenhuma efetividade. A aclamada “verticalidade” não se observou no time que, hoje sem Dorival, era comandado pelo filho Lucas Silvestre. E a ineficiência ofensiva custou caro, mais uma vez. Novamente em jogada de Marinho, que entortou o defensor atleticano na direita e cruzou para a área, Felipe Jonatan ajeitou e acertou belo chute, na gaveta, marcando um golaço aos 39′.

Mesmo assim, se alguém ligasse a TV e observasse os times em campo, acreditaria que o placar estava invertido. Ainda em cima do Santos, o Furacão quase diminuiu a desvantagem aos 48′, quando Nikão fez bela jogada e mandou uma bola na trave. Mas o primeiro tempo acabou sendo o que não foi: o time que mostrou mais, fez menos.

Já na segunda etapa a coisa mudou de figura. Em busca do resultado, o Rubro-Negro até manteve a posse de bola, mas foi ainda menos efetivo do que no primeiro tempo. Com o Santos mais recuado, o time de Dorival, ora de Lucas, teve maiores dificuldades para arrematar ao gol e nem mesmo as substituições foram capazes de melhorar esse aspecto. Sem nada com isso, o irreverente Marinho resolveu cumprir o protocolo e deixar sua marca: aos 36′, aproveitou outra falha de Lucas Halter para seguir livre em direção ao gol e marcar o terceiro do Peixe.

Para evitar a goleada, Geuvânio fez boa jogada e levantou a bola na área para Abner, aos 41′ do segundo tempo, marcar o gol de honra do Athletico e dar números finais à partida.

Com o resultado, o Furacão, que até então liderava o campeonato, caiu para a 5ª posição na tabela. O próximo adversário é o Palmeiras e o confronto ocorre na quarta-feira (19), às 19h30, na Arena da Baixada.

E se por um lado a nação rubro-negra pode comemorar o bom início de Brasileirão do Athletico, por outro a performance de hoje serve de alerta: “o senhor ache e não ache, tudo é e não é”. Então precisamos jogar como se nada fôssemos para que possamos alcançar os resultados que muita gente acha que não podem ser.

Saudações rubro-negras!

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