A despedida de duas camisas vencedoras
Com o anúncio do novo uniforme do Athletico, se encerra o ciclo das duas camisas que representaram a transição do clube para sua nova identidade visual. E ao contrário do que se imaginava quando do lançamento destas, elas foram muito além de dar uma nova cara ao Furacão: encerraram seu ciclo sendo as camisas que vestiram o clube em títulos históricos e partidas inesquecíveis, e ficarão para sempre marcadas na história do Athletico.
A seguir vocês conferem um pouco da história destas duas camisas.
A revelação e o estranhamento
Quando o ano de 2018 estava em sua reta final, não era apenas a proximidade da decisão da Sulamericana que deixava o torcedor rubro-negro ansioso, mas também a expectativa pelo anúncio da nova identidade visual do clube.
Nos grupos de Whatsapp já circulava uma foto em baixa qualidade com o que se dizia que era o novo modelo da camisa rubro-negra, porém a simplicidade – para não dizer outra coisa – do modelo apresentado não inspirava confiança de que se tratava realmente do uniforme que viria a ser lançado.
Entretanto, no dia 11 de dezembro, às vésperas da final da Copa Sulamericana, o clube apresentou sua nova identidade visual: novo escudo, novos mascotes e o novo uniforme. E lá estava o modelo, muito parecido com aquele que havia vazado semanas antes, porém com um acabamento bem mais refinado.
Como diz o ditado, “calça branca é bonita até no varal”. Mas no Athletico o que fez sucesso mesmo foi a camisa branca, principalmente por apresentar uma possibilidade de aplicação do novo escudo do clube, usando as cores rubro-negras. Se havia – como ainda há – críticas ao uniforme rubro-negro, a camisa branca caiu, desde o princípio, nas graças da galera. Talvez o torcedor pressentisse que estava guardado para ela entrar pra sempre na história do clube.
O título da Sulamericana veio no dia seguinte ao lançamento das novas camisas, e embora o caneco tenha sido conquistado ainda com o uniforme e o escudo antigos, as vendas das novas camisas foram boas e não demorou para que a nova identidade do clube logo estivesse difundida entre a torcida.
As listras diagonais entram para a história
Dando sequência às matérias sobre os históricos uniformes da temporada 2019/2020, percorreremos agora a trajetória da camisa número 1 rubro-negra. Controversa num primeiro momento, a camisa com listras diagonais foi pouco a pouco ganhando o povo rubro-negro. Pudera, ao longo da sua trajetória acumulou nada menos do que 5 decisões e 4 títulos, tornando impossível não ser guardada com carinho na memória da torcida.
A estreia
No início do ano de 2019, era alta a expectativa de ver o clube estreando suas novas camisas.
E a camisa número 1, rubro-negra, estreou com os “Piás do Caju”, na Copa São Paulo de Juniores, em partida contra o Comercial-SP. E não poderia ser uma largada melhor: vitória por 3 a 0 do Athletico e classificação para a fase seguinte da Copinha.
A despedida
A despedida da histórica camisa rubro-negra não poderia ter sido melhor. Após uma péssima sequência no Brasileirão, o Athletico estava na zona de rebaixamento e teria de enfrentar o rival Coritiba, também lutando na parte de baixo da tabela. Apesar de um jogo pouco inspirado de ambas as equipes, o Furacão fez valer sua supremacia no futebol do estado e, com um golaço de Fabinho, encerrou o ciclo vitorioso da primeira camisa rubro-negra “dos quatro ventos”.
Números
Definitivamente não é à toa que a camisa rubro-negra das temporadas 2019/2020 foi pouco a pouco ganhando a torcida: com tantas vitórias acumuladas, tantos títulos levantados e tantos jogos históricos, só é possível guardar com carinho o fardamento que vestiu o clube em sua fase mais vitoriosa.
Em que pese o início de ano irregular em 2019, o uniforme número 1 encerrou seu ciclo vestindo o clube em nada mais nada menos que 50 vitórias, 13 empates e apenas 22 derrotas. Um aproveitamos de 64%, considerando apenas as competições profissionais (excluindo, portanto, amistosos e competições de base).
E se a enorme quantidade de triunfos por si só já justificaria o carinho pelo uniforme que está se despedindo, alguns jogos em especial o tornam ainda mais marcante. A épica remontada contra o Grêmio pela Copa do Brasil, a vitória no primeiro confronto contra o poderoso River Plate pela Recopa, o primeiro jogo da final da Copa do Brasil contra o Internacional, o primeiro título intercontinental da história do clube, os dois títulos do Campeonato Paranense conquistados em sequência… Não faltam histórias que foram pintadas em vermelho e preto nestes dois anos. Mas um jogo que não valeu taça, nem classificação, talvez tenha sido o mais emblemático, por ter mostrado para a América um novo Athletico.
Noite de tango – A América conhece um novo rubro-negro
Na noite de 12 de dezembro de 2018, o Athletico se eternizou na história do futebol do continente. Após uma das partidas mais alucinantes de sua existência, o rubro-negro gravava seu nome no troféu da Copa Sulamericana e conquistava seu primeiro campeonato continental.
A conquista do título trouxe não só prestígio, mas fez com que o clube garantisse um calendário cheio em 2019, com direito a disputar sua sexta Copa Libertadores da América. E foi nesta competição que o Athletico apresentou sua nova identidade do jeito mais avassalador.
A noite de 02 de abril de 2019 era de enorme expectativa. Pela primeira vez na história, o Furacão enfrentaria a temida equipe do Boca Juniors pela Copa Libertadores da América. O sentimento geral era de que o rubro-negro precisava vencer, pois os jogos em casa seriam decisivos para conseguir a classificação para a próxima fase da competição.
Mas bastou a bola rolar para que a apreensão desse lugar à total euforia. O Athletico em campo não oferecia nada ao tradicional time argentino. Mais do que isso, parecia ignorar o peso da camisa que estava enfrentando. A jovem camisa rubro-negra se transformou em fogo e incendiou os jogadores atleticanos, que inquietos corriam, corriam e corriam, quase como que tentando aplacar a fúria das chamas.
E foi da Argentina que vieram os gols… Mas do lado rubro-negro do país vizinho. Marco Ruben castigou 3 vezes seus conterrâneos e de braços abertos mostrou para a América um novo Athletico: na camisa e na atitude.