17 set 2020 - 0h09

É bom rever você, Walter!

Foram necessários apenas oito minutos em campo contra o Jorge Wilstermann e um único chute a gol para uma história ser coroada com choro, abraços e muita, muita emoção! Um script perfeito, com direito a virada atleticana em Cochabamba, sacramentando no placar um 3 a 2 histórico para o Athletico e, claro, também para o atacante Walter.

Do banco de reservas do estádio Félix Capriles, a 2.560 metros de altitude, Walter saiu aos 37 minutos do segundo tempo para entrar no lugar de Christian, quando a partida estava empatada em 2 a 2. Logo em sua primeira aparição dentro de campo, virou protagonista principal da partida: 45 minutos e, após boa jogada de Jonathan na direita, um cruzamento certeiro que encontrou aquele que tem faro de gol por natureza, Walter, que num chute simples e colocado, marcou o que mais se espera de um atacante.

Emoção compartilhada com todo grupo atleticano [foto: twitter LibertadoresBR]
E que gol, com tantos significados! Quando a bola cruzou a linha do gol na altitude boliviana e encontrou o fundo das redes, naquele exato instante todos viram uma história de luta, persistência, determinação e dedicação ser coroada… não era um simples gol, era um GOL GIGANTE por tudo o que ele representa:

– Fim de um jejum de mais de 2 anos de Walter sem balançar as redes – para um atacante, uma marca que pesa muito, ainda mais porque ela veio acompanhada de um longo período de suspensão por doping, desde 2018, por uso de substâncias que estimulam o emagrecimento;

– Peso que só não foi maior que a determinação de Walter, que voltou ao Athletico este ano e eliminou mais de 20 kg para poder voltar a atuar profissionalmente em alto nível;

– Reencontro do atleta com a Copa Libertadores após 10 anos, com um novo cartão de visitas bem motivador;

– Virada que determinou a primeira vitória atleticana na história da Libertadores na altitude boliviana e, mais ainda, que representou um passo muito importante para o time na competição, num grupo extremamente equilibrado e que o Furacão foi o primeiro a somar pontos atuando como visitante.

É, Waltinho…. quebrar tabus é a sua especialidade. O seu choro em Cochabamba, foi nosso também. Duvido que algum atleticano não tenha gritado, sorrido, se emocionado ao ver o lance, o gol, a virada, a superação… o Athletico, que tanto nos surpreende e encanta, mostrou novamente que esse “novo normal” pode ter sim velhos e conhecidos ingredientes… abençoado por um menino que já tem o merecido status de ídolo!

Walter disse que nem dormiu após o gol… e algum atleticano conseguiu dormir normalmente depois de um roteiro com tanta emoção, sufoco, raiva e que terminou de forma tão antológica? Pura arte!

Em entrevista ao Seleção Sportv, ele disse ser um “outro Walter, outra cabeça”… o que a gente espera é que essa intimidade com a bola, com a área, com o gol continue a mesma e que, a cada jogo, você nos mostre que a simplicidade num lance ou num chute, ainda sim tem sua beleza e sua magia, porque você é especialista em fazer o simples e o mais importante: GOLS!

Que bom que você está de volta, Waltinho. Aqui, em nossa casa, você é sempre bem-vindo, querido e aplaudido… e fica a promessa: em nossas comemorações, tá liberada a coxinha!



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