5 out 2020 - 21h04

Djalma Santos pode entrar na seleção dos melhores da história da France Football

Após o cancelamento da tradicional premiação da Bola de Ouro dada ao melhor jogador da temporada, a revista France Football inovou e lançou a premiação Ballon d’Or Dream Team, que escolherá os onze melhores jogadores da história.

Serão dez nomes por setor, em listas divulgadas periodicamente, a começar com a indicação dos goleiros e defensores, dentre os quais está um ídolo atleticano:

Entre os laterais-direito indicados, estão os brasileiros Cafú e Carlos Alberto Torres, mas é Djalma Santos que tem história com a camisa do Furacão.

Bicampeão mundial pela Seleção Brasileira em 1958 e 1962, Djalma Santos foi um dos craques selecionados pelo presidente Jofre Cabral e Silva, em 1968, a integrar um elenco que marcaria uma “verdadeira revolução”, como narra o livro Clube Atlético Paranaense: uma paixão eterna, de Heiberto Ivan Machado e Valério Hoerner Júnior.

Djalma Santos e Bellini em Campo Largo [foto: arquivo]
Embora ambicioso, nem mesmo Jofre Cabral, que buscava talentos para sua “revolução”, acreditava em contar com um nome de peso como de Djalma Santos, como narrou o Dr. Ernani Santiago de Oliveira (em passagem da mencionada obra):

“Aconteceu de Jofre dirigir-se a Djalma Santos, fazendo uma brincadeira qualquer. Djalma correspondeu e aproximou-se para conversar. Jofre se apresentou, falou do Atlético, contou casos, rimos bastante, aquele jeitão dele. Em dado momento, falou em dinheiro, no quanto estava disposto a pagar e assim por diante. E perguntou se Djalma não faria o favor de indicar algum nome, algum craque de preferência, dentro das expectativas rubro-negras, é lógico. Djalma ouviu calado e, quando Jofre parou de falar, disse: “Presidente, por que não oferece esse dinheiro para mim?…”

Depois de tal conversa, Djalma deu sua palavra ao então presidente de que jogaria pelo Furacão, o que motivou Jofre Cabral a ambicionar ainda mais: “E se podia contar com Djalma Santos, o que sinceramente jamais passara pela sua cabeça, por que não contar com outros ilustres medalhões que estivessem em forma?”

Assim, não demorou para o maior lateral direito da história se juntar a outros craques num time que contou ainda com Bellini (que eternizou o gesto de levantar a taça Jules Rimet), Nilson Borges, e uma aposta vinda do Botafogo de Ribeirão Preto-SP: um tal de Barcímio Sicupira Júnior.

Djalma Santos vestiu a camisa rubro-negra entre 1968 e 1971, sagrou-se campeão paranaense em 1970 – no auge de seus 41 anos – e se despediu dos gramados em mais uma de muitas exibições exuberantes, num jogo contra o Grêmio Portoalegrense. “Driblou o ponteiro gaúcho, como quis. Deu balãozinho, caneta, meia-lua, bicicleta, fez misérias.” Tudo isso vestindo aquela que só se veste por amor.

Não há dúvidas para o torcedor rubro-negro quanto ao posto de maior da história para o lateral Djalma Santos. O reconhecimento da mundialmente famosa revista francesa seria apenas a cereja no bolo, mais do que merecida ao saudoso ídolo, motivo pelo qual valerá a pena acompanhar a votação – que contará com os votos de 170 especialistas escolhidos pela France Football – e torcer por um dos grandes nomes da história atleticana.

As citações da matéria são do livro: MACHADO, Heiberto Ivan e JÚNIOR, Valério Hoerner. Clube Atlético Paranaense: uma paixão eterna. Curitiba: Natugraf, 2010.



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