Obrigado e adeus, Wellington!
Partidas tendem a ser difíceis, mas são parte importante da vida. É preciso fechar um ciclo para se iniciar o próximo. O momento da saída, porém, pode fazer grande diferença na maneira como o ciclo encerrado será visto no futuro.
Wellington chegou ao Athletico em 2018 e, com ele, a fama de ser um jogador preguiçoso. As torcidas de São Paulo, Internacional e Vasco da Gama não guardam boas lembranças do camisa 5 e logo os atleticanos ficaram receosos em relação ao reforço. Não demorou muito, porém, para que o atleta calasse os críticos dentro de campo. Com grandes atuações, sempre com muita raça e disposição, Wellington ganhou o coração da torcida rubro-negra, sendo exemplo de comprometimento. Não demorou a conquistar o direito de vestir a faixa de capitão. Com ela, dividiu o protagonismo das grandes conquistas do Athletico nos últimos anos. Desde sua chegada, foram quatro taças (Sul-Americana, Levain Cup, Copa do Brasil e Paranaense), conquistas que o fizeram ser visto como um porto seguro da meia cancha atleticana.
Mas algo mudou em 2020. Talvez a contratação de Richard (para a mesma função e com salário maior) tenha o feito perder a vontade de jogar. Ou talvez tenha sido qualquer outra coisa. O fato é que ele parou de jogar. Mas continuou jogando. Sem desempenhar um nível técnico ao menos próximo das últimas temporadas, o camisa 5 continuou sendo escalado como titular. Mesmo não fazendo bons jogos, o Grêmio surgiu como interessado na contratação e chegou a conversar com o clube no início do Brasileirão, mas a negociação não avançou. Tempos depois, o Besiktas, da Turquia, chegou a oferecer 500 mil euros pelo atleta, que já estava em fim de contrato com o clube e parecia não querer renovar, mas a contratação novamente não foi para frente.
Antes o clube tivesse negociado, dessa forma ele não mais jogaria pelo Furacão. Por outro lado, ele acaba nem jogando tanto já que é o recordista em cartões amarelos do Brasileirão (tendo 9 em 20 partidas). Em fim do contrato, o Athletico conheceu o “jogar mal” mencionado sobre ele quando chegou em 2018. E assim, Wellington manchou sua história no clube.
Nada apaga a dedicação e os títulos conquistados, mas os últimos seis meses no CT do Caju impedem que o status de ídolo lhe seja entregue. O que era para ser um “obrigado por tanto” virou um “já vai tarde”. Obrigado. E adeus.