2020: da Supercopa ao Brasileirão
Supercopa do Brasil
A primeira taça disputada no ano foi de Brasília para o Rio de Janeiro: o Flamengo (atual campeão Brasileiro) venceu o Athletico (atual campeão da Copa do Brasil) por 3 a 0 e conquistou o título da Supercopa do Brasil em jogo único disputado no Mané Garrincha.
Copa do Brasil
Com a conquista da Copa de 2019, o Furacão entrou na disputa deste ano já nas oitavas de final. Pela frente, mais uma vez, o rubro-negro carioca.
Das várias e importantes valências do Flamengo, o jovem arqueiro ganhou o jogo. O atleticano que sofreu com o resultado sabe que a partida não deve ser analisada pela derrota e sim pelo surpreendente bom rendimento.
Comentarista com olhos flamídicos pôde remeter ao pouco empenho do Urubu a evidente superioridade do Furacão no segundo tempo. Para quem já havia se acostumado à total falta de verticalidade e à total inexistência de finalizações, o jogo foi colírio milagroso. Um alento para o torcedor.
Derrota na Baixada (1 a 0) e no Rio (3 a 2).
Libertadores
Nesta edição do principal torneio do continente, o Furacão disputou oito partidas. Foram três vitórias, dois empates e três derrotas. A equipe marcou nove gols e sofreu oito.
Por ser o atual campeão da Copa do Brasil, o Athletico entrou direto no Grupo C, ao lado de Peñarol (Uruguai), Colo-Colo (Chile) e Jorge Wilstermann (Bolívia).
Classificado em segundo lugar no seu grupo, o adversário das oitavas de final foi o River Plate (Argentina). Empate em 1 a 1 no duelo em Curitiba e derrota por 1 a 0 em Buenos Aires.
No jogo da Baixada, o Athletico saiu no braço com o poderoso River. Atrás, como tinha que ser, fez o jogo esperado, conseguiu marcar com Bissoli e quando já contávamos em seguir para Buenos Aires com a vitória, aos 91, o tricolor argentino empatou em bola parada. Um pecado. Nada a lamentar, tudo a elogiar.
O time comandado por Autuori seguiu roteiro previsível, os jogadores cumpriram seus papéis com absoluta dedicação. Thiago Heleno foi o melhor da partida, Bento foi um veterano em baixo dos paus, Cittadini acabou com o jogo na lateral, Walter tentou segurar a bola no ataque e Bissoli fez o gol com consciência de artilheiro.
Sejamos realistas: o que dava para fazer foi feito. Marcar, beliscar e voltar para marcar. O River se ofereceu para o contra-ataque no jogo de Avellaneda – as chances aconteceram e faltou a precisão cirúrgica na última troca de passes pelo lado parananese. Então, mesmo com o plano tático adequado, com esforço maiúsculo, contra adversário forjado em anos de batalha, ficamos à beira do caminho. Foi justo.
Brasileirão
O que ficou para a mais longa competição nacional? A revelação de um goleiro, a demonstração que é possível jogar em diferentes esquemas, o conhecimento das capacidades dos atletas e que o Athletico possui grupo para fazer jogos muito superiores aos dos disputados até então. Pode-se exigir muito mais. Pode-se conseguir mais.
Quando a crise apertou, Nikão foi aos microfones: “Cada um que está aqui tem que assumir um pouco mais a responsabilidade, porque está uma coisa vergonhosa”. Depois, foi a vez de Richard soltar o verbo: “Cada um tem que assumir sua responsabilidade aqui dentro. Sabemos que não é um momento fácil e em momentos assim temos que lavar a roupa suja dentro do vestiário”. As frases asseguravam que a situação difícil não era enfrentada por todos com o mesmo nível de profissionalismo ou responsabilidade. No popular: o time rachou.
Em meio ao caos, com a casa pegando fogo, Autuori – já de terno e gravata – aceitou tocar o Furacão até o próximo fevereiro (cumulativamente com outros encargos), quando se imagina acabar este ano sem fim.
O Athletico terminou o ano com vitória sobre o Vasco por 3 a 0 e se afastou da zona de rebaixamento.
O Furacão soma 34 pontos e, agora, abre seis de vantagem para o próprio Vasco – primeiro time na ZR – e dá passo importante para a permanência na primeira divisão.
Retrospecto até aqui, na competição: 10 vitórias, 4 empates e 13 derrotas em 27 jogos, com 24 gols marcados e 28 sofridos.
A próxima rodada acontecerá no dia 06 de janeiro de 2021 – duelo contra o Botafogo, no Rio de Janeiro.
No início do ano, certamente a perspectiva era lutar pela vaga na Libertadores. Não se podia pedir menos. Se o Athletico realmente subiu de patamar – não foi apenas uma miragem criada pela conquista de títulos nacionais e internacionais – era o mínimo que se podia esperar. A infeliz realidade de hoje consiste em moldar um time com diferentes capacidades, enfrentar o restante do campeonato de cabeça erguida e avançar com determinação.