5 jan 2021 - 20h16

Oséas e Paulo Rink

Muitas foram as duplas que encantaram vestindo a camisa do Athletico. Washington e Assis, Jackson e Cireno, Bruno Guimarães e Lodi… Cada par ao seu tempo transformou os gramados em bailes de gala e dançou sua própria valsa vestindo vermelho e preto.

Oséas e Paulo Rink, não. A dança que dançavam era tribal, e os campos por onde passavam viravam fogo.

Pobres os zagueiros que enfrentavam os encarnados. Cutucando, trombando, pisando nos pés e correndo como alucinados, a dupla fazia o relógio correr ao contrário para os defensores.

Até mesmo a bola parecia tentar fugir dos dois. Ao contrário do que se diz dos craques, que tratam a bola com carinho, Oséas e Paulo Rink a castigavam. Com a perna direita, com a perna esquerda, de cabeça ou de canela. O repertório de golpes era variado e a senhora do espetáculo era surrada com raiva, encontrando no barbante seus poucos segundos de paz.

Na Baixada, com eles em campo, a arquibancada se transformava em uma praça de guerra, o ar ficava pesado e há quem diga que os pássaros voavam para longe do Joaquim Américo. A sanidade do povão atleticano ficava esperando ao lado de fora, na Praça Afonso Botelho, até que os corpos as viessem buscar novamente. E até hoje alguns se recusam a fazê-lo.

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Dedico este texto especialmente a Cecília Weber de Camargo, filha do meu parceiro nesta série, Gustavo Camargo, e a Julia Lange Pereira, minha filha, ambas nascidas na última semana. Vida longa às nossas princesas rubro-negras!



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