13 jan 2021 - 20h03

Caju

Dizem que onde o goleiro pisa, nunca mais cresce a grama. Mas no estádio Joaquim Américo, mesmo agora, com o gramado sintético, a grama é mais verde justamente embaixo das traves. Tal benção começou em 1934, quando Alfredo Gottardi pisou pela primeira vez ali.

Desde cedo cuidou bem do chão onde pisava. Reza a lenda que quase não saltava, porque ao saltar as travas da chuteira poderiam castigar o gramado que ele mesmo aparava nos dias de folga junto com sua família. Não queria correr o risco de profanar aqueles preciosos metros quadrados que representavam a sua vida, então desenvolveu um sexto sentido: estava sempre no lugar certo e na hora certa.

Jogou pela seleção paranaense e não demorou para chegar à seleção brasileira. O país, que ainda levaria alguns anos para conhecer a realeza definitiva do futebol, conheceu a Majestade do Arco.

Não era desejado que a nobreza estivesse fora dos grandes centros do país, então tentaram levar o rei para longe daqui. Mas o sexto sentido que guiava Caju na pequena área também assoprava em seu ouvido que era aqui onde devia ficar.

E ficou.

E virou lenda.

Emprestou seu nome ao CT, onde surgem jovens jogadores cada dia mais identificados com as nossas cores, como era a Majestade. Garotos que se intitulam “Piás do Caju”.

Plantou sua semente no solo sob as traves, fazendo com que o Athletico se tornasse um celeiro de goleiros intransponíveis.

Morreu em abril de 2001. Seu sexto sentido assoprou: “melhor arranjar um lugar bom pra assistir o que está para acontecer”.



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