3 fev 2021 - 21h41

Nilson Borges

Em 1968, quando chegou ao Athletico, não demorou muito para arrancar sorrisos da torcida rubro-negra. Pela ponta esquerda do campo, bem próximo às arquibancadas, encarava os carrancudos marcadores, que se irritavam ao vê-lo passar de maneira tão fácil por eles. Caíam sentados, humilhados, se levantavam em busca de recuperar a dignidade e logo se viam no chão novamente, para gargalhada geral do povo atleticano.

Não que fosse falta de qualidade dos zagueiros. É que simplesmente era impossível tomar a bola de Nilson, o Bocão. Isso porque ele a fazia sumir. Uma passada de pé por cima da bola e ela já não estava mais lá. Reaparecia quando Nilson queria, e onde ele queria. E foi assim que consagrou muitos companheiros, limpando o campo e os servindo, para faze-los sorrirem também.

Parou de jogar porque os zagueiros, incomodados por serem motivo de riso, só tinham uma forma de parar Nilson. E o pararam, pelo menos dentro de campo.

Fora dele, Bocão seguiu fazendo o que fazia de melhor do lado de dentro. Serviu ao Athletico como servia aos atacantes, fazendo sorrir a todos que viviam o dia a dia do clube. Comeu, dormiu e respirou Athletico por mais de 50 anos. E se por força do nome o CT do clube é “do Caju”, é justo dizer que, por usucapião, a grande fábrica de atletas do Athletico é e sempre será, também, do Bocão – o ídolo que foi feito de riso: da torcida, dos companheiros, dos funcionários do clube, do seu próprio, e de todos os risos rubro-negros que ainda estão por vir.

 

Uma homenagem ao craque e ídolo Nilson Borges, que nos deixou hoje, 03 de fevereiro de 2021. Descanse em paz, Bocão.



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