12 mar 2021 - 19h29

Atlético x São Caetano

Não foi em 2001.

O forte time do São Caetano saiu na frente e assim permaneceu até o fim do primeiro tempo. E acabou aí a sua participação no jogo.

Nos 45 minutos seguintes a Baixada foi um palco de mágica. Qualquer torcedor de outro time jamais vai conseguir entender, mesmo com a melhor das explicações. Quem estava no estádio até hoje se pergunta se aquilo tudo aconteceu ou se foi um delírio coletivo. E não há roda de conversa sobre o Athletico que não passe em algum momento por esta fração de tempo eterna.

O contra-ataque do primeiro gol foi puxado por Fernandinho, que após o intervalo saiu da lateral e foi para o meio, onde era mais livre para se divertir. Em 5 toques, a bola correu o campo inteiro, de norte a sul e de leste a oeste. Dênis Marques ajeitou o corpo e bateu para empatar. Na memória atleticana, até hoje, Dênis tem o corpo torto naquela posição.

No momento do gol não houve um copo de cerveja nas arquibancadas que estivesse nas mãos de alguém. E este foi o gol do empate e da virada, porque ele sozinho decretou que não haveria vitória que não fosse em vermelho e preto naquele dia.

A torcida, à época privada da bateria para marcar o compasso das músicas, batia palmas até as mãos ficarem em carne viva e gritava até que cada veia do pescoço estivesse visível do lado de fora dele. A Baixada era um deserto para o adversário: quente, árida e aparentemente interminável.

O jogo já estava 4 a 2 e poderia terminar assim para relembrar 2001. Mas quem começou a obra tinha o direito de termina-la como bem entendesse. Dênis Marques chutou com fúria de fora da área e determinou o placar final. As coincidências podem esperar. A mágica, não.

Quem não saiu zonzo do estádio neste dia, não estava no estádio.



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