3 maio 2021 - 19h30

O jogo que só eles veem: quando as desculpas não escondem a mediocridade

Depois de três vitórias consecutivas no Campeonato Paranaense, o time de aspirantes do Athletico voltou a esfregar a triste realidade na cara do seu torcedor. Trata-se da pior equipe que se apresenta em campo desde que se começou a utilizar o “sub-23” para a disputa do Estadual.

O curioso é que boa parte dos jogadores que sofrem contra o semiamador Azuriz, que são massacrados pelo Operário, que amargam quatro derrotas em sete jogos e ostentam uma campanha ridícula num campeonato tão fraco tecnicamente, foram vice-campeões tanto no Brasileirão quanto na Copa do Brasil sub-20.

Indiferentes à mediocridade, narrador e comentaristas da Furacão Live mantêm, jogo a jogo, o mesmo discurso: o Rubro-Negro joga muito bem, é prejudicado pela arbitragem, domina o adversário e amarga resultados injustos. A impressão, claramente equivocada, é corroborada pelas entrevistas coletivas em que um pseudo-treinador sequer explica o que ele próprio pretendia ver em campo.

Aliás, parece residir na figura do técnico o maior problema desse amontoado que se ousa chamar de time. Os comandados do tal Lazaroni não apresentam nenhum tipo de organização tática, não propõem o jogo, não fazem nada além de tocar esterilmente a bola de um lado para o outro, sem nenhuma efetividade. Contaminados pela apatia do treinador, sequer demonstram vontade de vencer e parecem entrar em campo já pensando no apito final. Uma lástima.

Bruno Lazaroni aparenta ter levado ao pé da letra a leitura de Galeano e, nos aspirantes do Athletico, “desenvolve fórmulas misteriosas como a sagrada concepção de Jesus, e com elas elabora esquemas táticos mais indecifráveis que a Santíssima Trindade.” [1]

É claro que esses jovens não podem ser tão ruins. Já mostraram isso, inclusive. A questão é que, sem comando, não tem time que se acerte. Olha que essa fórmula de insistir na manutenção de estagiários no comando técnico dos times, tanto de base quanto no principal, já custou caro ao Furacão. E neste ano tudo indica que a história vai se repetir. Deus nos acuda!

[1] GALEANO, Eduardo. O técnico. in: Futebol ao sol e à sombra. Porto Alegre: L&PM, 2020. p. 19.



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