13 maio 2021 - 11h36

Se fosse simples….

…qualquer um faria!

Hoje, com o advento maciço da internet, todo mundo é chef, todo mundo é coaching, todo mundo é tudo! Basta ver uma dúzia de vídeos, baixar uma apostila, fazer uns testes com chance de refazer até acertar e esperar a magia acontecer. É como se qualquer um que sabe ler pudesse ser o que quisesse pela simples leitura. E a prática?

Bato na seguinte tecla há tempos, que de TODAS as apostas do Athletico no comando técnico, somente duas vingaram na carreira: Vadão em 1999 e Tiago Nunes em 2018/19. Osvaldo Alvarez (que esteja em paz) tinha uma certa fama pelo interior de São Paulo e acabado de fazer uma bela campanha com seu 3-5-2 no Carrossel Caipira do Mogi Mirim. Já Tiago apesar de jovem, já havia rodado por muitos clubes, dirigindo base e também profissionais em competições oficiais. Ou seja, ambos já tinham alguma bagagem quando assumiram o Furacão.

E afinal onde estão, como foi e como estão as carreiras de Casemiro Mior, Leandro Nihues, Doriva, Leandro Ávila, Professor Drubsky, Flavio Lopes, Arthur Neto e o Bernardes, Fabiano Soares e Eduardo Barros? Nem falo de treinadores que não deram certo aqui, mostraram-se com preparo aquém do necessário para a missão, mas possuem seus mercados e sempre estão empregados como Givanildo de Oliveira, Roberto “Testosterona” Fernandes ou Sergio Soares. Falo daqueles que Athletico inventou, insistiu, que foram muito mal aqui e, não coincidentemente, nunca decolaram na carreira. A fila é imensa e o clube insiste!

O fenômeno Eduardo Barros aconteceu ano passado e a direção atleticana parece não ter aprendido absolutamente nada com a catástrofe que estava acontecendo. Os novatos Antonio Oliveira e Bruno Lazaroni podem ser academicamente bons, ter uma bagagem teórica interessante, mas lhes faltam experiência, estofo e qualidade prática para comandarem um clube do porte do Athletico. Isso é claro e evidente!

Não basta ver vídeos de treinamentos, fazer estágio de três dias nos grandes clubes europeus, ler os livros do Guardiola e Klopp e tentar replicar como um macaquinho por aqui. Um treinador também lida com vaidades, ego,  caprichos, traumas e problemas de 30 seres humanos diferentes diariamente. O treinador moderno (como o clube se vende ser) tem que entrar na mente dessas dezenas de jogadores, saber o que se pode extrair de potencial de cada um, como suas características se encaixam no sistema proposto, qual sua ambição, o quanto ele pode entregar no coletivo e até onde pode ir.

Não é coisa para qualquer um e o clube insiste, de tempos em tempos, em entregar a parte mais importante de todo conjunto, a batuta da orquestra para maestros que não sabem ler uma partitura. Ou, que até sabem, mas NUNCA tocaram instrumento algum!

O preço que o rubro negro sempre pagou foi alto. Foi mais alto do que quando teve Evaristo de Macedo, Geninho, Levir Culpi, Antonio Lopes ou Carpegianni comandando, não à toa, treinadores que realizaram grandes campanhas aqui e que já tinham experiência, cancha, currículo para entender e enfrentar o desafio. Não foi coincidência!

O “fenômeno” Tiago Nunes, um achado no meio de tantas e tantas tentativas completamente fracassadas, talvez leve décadas para acontecer novamente. Lembrando sempre que ele já tinha experiência apesar da idade, que mostrou sua capacidade com títulos dentro do clube, que foi tratado como interino durante todo o ano de 2018 e nunca teve o respaldo e simpatia do mandatário do clube.

O Athletico quer criar uma escola de treinadores sendo que mal sabe o be-a-bá da função. Para mim é básico: só ensina quem sabe muito do riscado. E convenhamos, de formação de treinadores a escola atleticana não passa da creche.

Ainda há tempo, quanto antes forem corrigidos os rumos, maiores as chances de salvar a temporada. Mas o Athletico, cujo comando técnico geral pertence ao competente e vitorioso treinador Paulo Autuori, precisa dividir esse comando com um treinador de verdade – e não essas apostas tolas e sem sentido – para nos certificarmos de que Paulo também seja um diretor vitorioso e competente. Coisa que até o momento ele não conseguiu provar.

Cabe somente ao clube corrigir seu mais que previsível erro e mudar seus rumos ou as consequências serão aquelas que todos já sabemos que irão ocorrer.



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