Sem eficiência e pecando na eficácia?
Chegamos em um momento importante da temporada: reta final da Copa Sul-Americana e da Copa do Brasil. Justamente em tempos de decisão, o rendimento do Athletico desperta certa preocupação no torcedor.
Em um levantamento dos últimos 15 jogos, o Athletico sofreu gol em 14 partidas. Apenas contra o América de Cali, na Colômbia, a equipe não foi vazada. Nesse período, o Furacão sofreu 20 gols. Em 15 deles, houve falhas individuais; os outros 5 ocorreram por falhas coletivas.
Gols sofridos
Há basicamente duas maneiras de um time marcar ou sofrer gols: mérito próprio em jogada trabalhada, falhas coletivas ou individuais dos oponentes, que podem acontecer de maneira forçada, falta de qualidade, desatenção, excesso de confiança, falha cognitiva, ansiedade.
O futebol moderno foca muito em ocupação de espaços. Leva vantagem quem consegue desequilibrar o adversário, sendo rápido e ágil, nos espaços com menor quantidade de oponentes.
É por isso que jogadores com o perfil “Bruno Guimarães” são muito valorizados. Atletas com essas características têm uma imensa facilidade em virar o jogo, inverter a bola para os lados do campo com menor número de adversários, fazendo o jogo fluir de maneira mais limpa e rápido.
Quem consegue ocupar de maneira equilibrada cada fase do jogo leva vantagem. Apesar de estar vivo nas 4 competições que iniciou a temporada, essa instabilidade defensiva pode acabar custando caro, pois jogos de mata-mata não permitem erros. Nos últimos jogos, muitos erros estão acontecendo…
Retrospecto recente
Nesse breve recorte de 15 jogos, o Furacão perdeu 7 (Santos, Cearaá Atlético-MG, São Paulo, LDU, Cuiabá e Corinthians), empatou 2 (Bragantino e Atlético-GO), e venceu 6 (Fortaleza, América de Cali 2x, Internacional, Atlético-GO, LDU). Com o afunilamento das Copas, haverá adversários cada vez mais difíceis, em jogos em que um único erro pode ser fatal.
Se o Athletico tem pretensões maiores para a temporada é importante a equipe voltar a ter uma eficácia defensiva e uma maior eficiência no ataque.
Meio-campo defensivo
Defendendo, é notável a capacidade do Richard em desarmar, roubar a bola. Quando está em posse, também é notório o quanto ele tem dificuldades para ser ágil, dar um passe de primeira, encontrar um companheiro melhor posicionado, acelerar, ou virar o jogo, dessa forma a equipe fica sempre com um jogo lento, monótono e previsível.
Erick, seu substituto nos últimos jogos, nunca consegue ter uma sequência. Nos momentos finais do jogo contra o Corinthians, demonstrou problemas físicos.
Os adversários já perceberam isso, sobem a marcação e pressionam o Athletico no campo de defesa, deixando o Furacão acuado.
Já está na hora de António Oliveira pensar em um meio-campo leve, móvel, com melhor saída de bola, maior dinâmica de jogo, que em poucos passes possa sair da defesa e chegar no ataque. Com os jogadores que o elenco oferece hoje, Léo Cittadini, que já fez essa função, pode voltar a ser uma opção.
Cittadini consegue variar bastante os espaços percorridos em campo, direita, esquerda, movimentações centrais, aproximando a defesa do ataque, Citta tem um passe mais qualificado e uma visão mais ampla do jogo, acredito que o autor do 1° gol na final da Copa do Brasil de 2019, Pode ser muito mais útil ao time titular.