Frankenstein, mas pode chamar de Athletico
O que se lê a seguir contém uma análise totalmente parcial de um torcedor. Subjetividades com uma ou outra objetividade. Alguma (suposta) racionalidade em meio ao sentimento oceânico pelo nosso maior bem: o Club Athletico Paranaense.
E o Athletico hoje é um Frankenstein. Uma mistura de bizarrices de Diniz com retrocessos de Autuori. E uma pitada de molho português. Simplesmente impalatável e intragável.
O Rubro-Negro pretendia utilizar os reservas. Mas sempre há um “porém”. Desta vez, o clube “mudou os planos” – após o empate na Baixada -, relacionando todos os titulares (exceto Santos, Abner e Terans).
O FC Cascavel tinha apenas 14 jogadores à disposição.Eram suspensos, contundidos, diagnosticados com Covid-19 e não inscritos. Uma Serpente despedaçada. Inclusive no comando técnico (Tcheco, com Covid).
Observemos passado e presente. O que faria uma equipe técnica – com alguma sanidade mental – que tem pela frente um adversário caindo aos pedaços? Ou um time de nível “série D do Campeonato Brasileiro”? Ou os dois? Simples. Escala-se o melhor onze em campo – no jogo de ida – e pressionaria, marcaria e trotaria o resto do jogo, fazendo as trocas necessárias e – com a classificação/vitória encaminhada – poupar-se-ia para o confronto seguinte. Isso pode ser verdadeiro no mundo todo, só não no nosso Furacão, sempre envolvido com alguma teoria nova, uma modernidade que nos vai trazer alguma vantagem. Poupa-se numa partida. Na seguinte, entram vários titulares para tentar compensar os erros cometidos no jogo anterior. Coisa de louco.
Existe uma aura de dificuldade em cada movimento da equipe que não permite sequer que se faça avaliação justa dos jogadores. Aí a gente recai em ter que ver glórias na camisa suada – o esforço é o principal mérito, quando, na verdade, deveria ser apenas uma ferramenta.
Ver o Athletico jogar, hoje, é chato e difícil. Estamos em setembro, perdendo e jogando mal. E parece que Dorival Junior continua no comando: só vendo coisas boas e tirando lições. Incontáveis lições, mas que os comandados insistem em não aprender. Erram, erram, erram e erram. E erram.
A defesa entrega. O ataque não cria. Espera-se o erro do adversário. Um jogo cada vez mais indefinido, podendo ser definido em escapada fatal a favor do adversário, às vezes muito frágil, mas que o moderno futebol rubro-negro faz questão de atenuar as diferenças da teoria.
E o torcedor (incluo-me aqui)? Esquece tudo isso e acredita. Trata-se de ter que acreditar, fechar os olhos para desordem na montagem da equipe e se agarrar com a possibilidade de vitória – sempre possível no futebol.
A aventura já foi longe demais.
Confira como foi o jogo:
1º Tempo
O Furacão, que poderia ter garantido sua classificação já na primeira etapa, abriu o marcador com o incontestável titular Nikão. Aos 5 minutos, Kayzer roubou a bola no meio e tocou para ele, livre na área, que dominou e colocou – de canhota – nos fundos das redes do Cascavel.
A equipe da casa tentou de longe aos 10, aos 16, aos 18 (com perigo, exigindo de Anderson) e aos 41 (chute perigoso, cruzado).
O Athletico tentou chegar aos 20 (com Márcio Azevedo), aos 39 (com furada de bola de Kayzer, de frente para o gol) e aos 48 (mais uma grande chance desperdiçada, desta vez com Jader que livre, na área, cabeceou para fora).
2º Tempo
O Athletico, com muito esforço, conseguiu tomar o gol de empate logo aos 2 minutos. Willyan fez o cruzamento da direita e Rogério mergulhou e empatou.
O Rubro-Negro buscou novamente a vantagem aos 13 (Jader, em chute cruzado, muito perto da trave).
E não foi tão surpreendente quando a Serpente virou. Sotto cobrou escanteio (após defesa de Anderson em lance perigoso), Léo Itaperuna antecipou Pedro Henrique e o goleiro (que saiu muito mal) e colocou o 2 a 1 no placar.
Aos 30, Carlos Eduardo cruzou, o goleiro se atrapalhou ao sair do gol e a bola sobrou com Jaderson que caiu ao receber o contato do arqueiro do Cascavel. Nada marcado.
O Athletico trocou passes na área até Juninho arrisca de fora. A bola vai por cima do gol. Eram 44 minutos.
Athletico eliminado.
Ficha técnica
Campeonato Paranaense – 08/09/2021 – Semifinal
FC Cascavel 2 X 1 Athletico
Local: Olímpico Regional.
Horário: 15h20.
Árbitro: Leonardo Sígari Zanon (PR).
Cartões amarelos: Richard, Jader, Pedro Henrique (CAP); José Luís Fonseca, Willian (FCC).
Cartões vermelhos: – .
Gols: Nikão (5’ 1T), Willyan (2’ 2T), Léo Itaperuna (18’ 2T).
Athletico:Anderson; Marcinho, Pedro Henrique, Thiago Heleno e Márcio Azevedo (Nicolas); Richard (Erick), Juninho e Jadson (Carlos Eduardo); Nikão, Jader (Jaderson) e Kayzer (Mingotti). TC: António Oliveira.
FC Cascavel: Ricardo; Diego Giaretta, Lucas Oliveira e Willian Gomes; Carlinhos, Willyan Sotto (Duda), Gama, Henrique e Willian Simões; Léo Itaperuna (Guima) e Rogério (Douglas). TC: José Luís Fonseca (auxiliar).
Próximos confrontos
Pelo Brasileirão, o Rubro-Negro volta a campo no dia 11/09, sábado, às 16h00, contra o América-MG, no Independência.
Pelo jogo de volta – válido pelas quartas de final da Copa do Brasil – o Athletico enfrenta o Santos, no dia 14/09, às 21h30, na Vila Belmiro.
Pela semifinal da Sulamericana, o adversário do Furacão será o Peñarol (URU). A partida de ida acontece no Uruguai, dia 23/09, às 21h30.