8 nov 2021 - 17h20

Sicupira

O Athletico é maior do que sua galeria de troféus. Isso porque os títulos, embora sejam a expressão máxima da felicidade de seu povo, são apenas um pequeno recorte de sua história.

O verdadeiro Athletico mora e sobrevive nas pequenas alegrias. No gol improvável contra o adversário mais forte. No sádico divertimento de ver o time adversário amedrontado dentro da Baixada. Nas longas horas despendidas na Brasílio, na Buenos Aires ou na Getúlio, antes e depois dos jogos, entre cervejas e amigos.

Barcímio Sicupira, o maior jogador da história do Athletico, só tem um título jogando pelo clube. O troféu está na galeria junto com tantos outros, mais ou menos expressivos. Mas o que o artilheiro fez em campo vai além do que qualquer conquista possa medir.

Da sua época de atleta, praticamente só existem registros verbais e fotográficos. E eles bastam para cravar que Sicupira nunca será superado na história.

Veja uma fotografia de Sicupira comemorando um gol com a camisa atleticana. Existe ali um pouco da alegria que mantém viva a chama. Existe muito da chama que mantém a fúria viva. Existe tudo em sua expressão que faz com que sua imagem seja a representação do que era o Athletico antes e tudo que seria o Athletico depois.

Sicupira não vestiu a camisa do Athletico: ele foi a camisa. Vestiu Ziquita no dia do milagre. Trajou Alex Mineiro para o seu baile infernal. Esteve no peito de Thiago Heleno no chute que quase furou a rede. Seu sentimento transpassou todas as gerações de ídolos atleticanos. Nele existiu a ferocidade de Paulo Rink e Oséias, bem como a ternura de Bruno Guimarães e Renan Lodi. Nele houve a elegância de Washington e Assis e a bravura de Cocito. Nele existia o amor infinito de Caju pelas nossas cores e a abnegação de Jofre.

Barcímio condensou tudo o que é o Athletico: pele e osso, o que faz sentir e o que sustenta em pé. Oxalá um dia algum artilheiro o supere nos números. Mas ainda que isso aconteça, Sicupira continuará no topo, pois sua história está muito além do que se pode contar com números.



Últimas Notícias

Brasileiro

Fazendo contas

Há pouco mais de um mês o Athletico tinha 31 pontos, estava há 5 da zona de rebaixamento e tinha ainda 12 partidas para fazer.…

Notícias

Em ritmo de finados

As mais de 40 mil vozes que acabaram batendo o novo recorde de público no eterno estádio Joaquim Américo não foram suficientes para fazer com…

Brasileiro

Maldito Pacto

Maldito pacto… Maldito pacto que nos conduz há mais de 100 anos. Maldito pacto que nos forjou na dificuldade, que nos fez superar grandes desafios,…

Opinião

O tempo é o senhor da razão

A famosa frase dita e repetida inúmeras vezes pelo mandatário mor do Athletico, como que numa profecia, se torna realidade. Nada como o tempo para…