“Quem vê final, não vê corre!”
Eu estou obcecada! Passo 80% do meu tempo falando da “Grande Conquista” e os outros 20% eu fico torcendo para que alguém também fale dela só para que eu possa falar mais.
Esse testemunho até poderia ser um meme, mas não é! Tem mais de mês que já não durmo direito e o meu cérebro decidiu focar nesse tema (independente do horário e se preciso dele para outras demandas), estabeleço protocolos mentais reiterados, revisito toda a minha relação com o Athletico, flerto com o misticismo futebolístico e, tudo isso aí, tem se agravado exponencialmente com a proximidade do dia 20 de novembro.
Eis aí os meus sintomas, mas estou convicta de que falo por todo e qualquer atleticano vivo. Afinal, somos todos loucos pela Sulamericana!
E não poderia ser diferente, uma vez que foi por meio dessa Copa que compreendemos a importância de quebrar muros, desbravar novos caminhos e superar traumas. Foi através dessa conquista que encarnamos definitivamente o “nascidos para ser e fazer diferente”, foi onde tivemos a convicção de que a mística da Baixada e a promessa do atleticano são capazes de milagres (até de fazer penal adversário subir!), foi onde vimos meninos se tornarem ídolos e um general vencer uma guerra, foi o momento em que os contestados do passado escreveram em dourado o seu nome na história e, especialmente, porque ela foi a grande culpada por fazer com que o nosso Furacão pegasse gosto em perseguir glórias!
O fato é que a Sulamericana nos abriu as portas do Continente, nos mostrou um sabor do qual não conseguimos mais abrir mão e nos fez querer ir além. E, depois de colhermos os frutos daquele 2018 maravilhoso, voltamos para honrá-la!
Aí eu lhes pergunto: existe melhor forma de reverenciar uma Copa do que lutando com todas as suas forças para conquista-la novamente?
Desde o nosso primeiro gol, lá na altitude de Quito, o Athletico deixou claro que não mediria esforços para se tornar – mais uma vez – merecedor desta Taça. Obviamente que tem sido com aquela emoção comum aos padrões atleticanos mas, a partir da classificação heroica diante da LDU, mostramos nosso valor e, na presença de um Peñarol sedento, demonstramos que somos muito dignos dessa final!
Aliás, é necessário reconhecer que oferecemos de tudo para essa competição: enquanto o futebol vistoso da edição anterior ainda não havia surgido, compensamos na vontade, no saber sofrer e na estratégia, vencemos nas alturas, mostramos economia e eficiência no início, goleamos em noite de gala, aposentamos um dos maiores campeões desse mundo durante a vigência de um de seus jogos, trocamos de técnico, repatriamos Bissoli, nos despedimos de Vitinho, fomos arrebatados por David Terans, desfrutamos e exibimos o mais alto nível de Nikão, vibramos com gol de bicicleta e pênalti defendido, aplicamos ferrolhos defensivos e, sobretudo, encorpamos ainda mais a nossa camisa!
Esse “resuminho” aí demostra que “quem vê final, não vê corre!”, né? Mas ainda temos que sacramentar essa campanha tão especial no próximo sábado e eu só desejo que o Athletico siga honrando essa Copa como ela merece, que coloque tudo o que aprendeu nos últimos anos em prática e se apresente como um verdadeiro Furacão, em sua versão mais estratégica e cascuda, aquela que tanto nos orgulha e condiz com a nossa essência.
E, se em campo o esquema deve ser nessa base do “algo mais”, nas arquibancadas de um Centenário revitalizado não será diferente – ainda mais depois de tantos PCR’s, ousadias financeiras, crises familiares, exaustivos formulários, regras conmebolísticas e perrengues em geral -, os atleticanos também saberão reverenciar esse momento e suas vozes irão compor a trilha sonora digna dessa final.
Não parando por aí, já que de Curitiba e de todos os cantos do mundo, os corações rubro-negros também pulsarão em uníssono para que reconquistemos a NOSSA Copa.
Com esse script, certamente a Sulamericana corresponderá à nossa paixão e reconhecerá – mais uma vez – o nosso valor! E o ciclo virtuoso (e obsessivo) seguirá…