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24 nov 2021 - 10h16

São Francisco de Assis, meu camarada!

Quando o Athletico conseguiu a vaga pra final da Sul-Americana, a primeira coisa que eu fiz foi dar aquela conferida no calendário e ver o que nos reservava o dia 20 de novembro.

Fazer planos, quem sabe até programar uma viagem pro Uruguai, por que não? Mas aí vem as informações dos valores de passagens e do ingresso e como pai de família, com duas filhas que ainda dependem de mim, a viagem ficou inviável, e devido à pandemia muitas coisas ainda não voltaram ao normal.

E no final de outubro numa reunião para definir como seria a Primeira comunhão da minha filha, fiquei sabendo que seria no dia 20 de novembro às 16h30. Logo eu que já fui em tanto jogo na Baixada antiga contra os União Bandeirantes da vida, e pegava dois ônibus pra assistir jogo no Pinheirão, tempos sofridos, que nos contentávamos em ganhar um Campeonato Paranaense de tempos em tempos. Não ia conseguir assistir meu time em mais uma final continental?

Fui na final da Sula em 2018… Achando que seria difícil chegar em outra final. Mesmo morando agora quase 500 km da Arena, foi suado conseguir o ingresso pro jogo. Então não sou tão pé frio assim. Eu tinha que ver essa final (mesmo que pela TV) eu me sentiria culpado se o bicampeonato não fosse nosso. Mas chegando o dia da final, eu percebi que não ia ter como assistir.

Não conseguia dormir direito e nem me concentrar no trabalho. Mas enfim chegou o dia e eu tive que aceitar que eu não poderia nem ver e nem escutar o jogo. Deixei o celular em casa. Só me restou a companhia de São Francisco de Assis. Fiquei ali por mais de duas horas conversando com ele e pedindo proteção aos nossos jogadores. Foi a final mais inusitada que tive em 50 anos torcendo pro Furacão.

Acredito que na hora que o Nikão deu aquele voleio, eu estava de joelhos conversando com São Francisco. Quando finalmente saí da igreja e consegui chegar em casa e vi o sorriso do Nikão na TV comemorando o gol do título, eu tenho certeza que São Francisco é meu camarada!



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