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26 nov 2021 - 11h13

Relato sobre a conquista da Sul-Americana

Na vida temos duas certezas: uma é a morte; a outra é que se não é difícil, não é Athletico. Esta decisão não foi diferente, mas desta vez as dificuldades pessoais agravaram ainda mais a situação.

Essa história começou após o primeiro jogo da semifinal, quando batemos o Peñarol fora de casa e aumentou a confiança (não para todos) de que iríamos para a final. Particularmente, mesmo antes do “boom” de preços das passagens aéreas, os preços estavam fora do meu orçamento. Perder a final e os últimos momentos do meu maior ídolo do futebol com a nossa camisa? Jamais. Fui atrás de ônibus, selecionei algumas opções e comecei a saga atrás de outros “loucos” dispostos a encarar essa viagem sofrida de ônibus até o Uruguai.

Ali começou o primeiro desafio, que muitos outros também enfrentaram, que foi organizar uma excursão para esta final. De lá pra cá, a cada dia era uma notícia que nos preocupava e gerava algumas desistências. O Athleticano normalmente é desesperado por natureza, mas desta vez a Conmebol fez de tudo para nos deixar ainda mais desesperado.

Até aqui, nada diferente do que muitos também passaram e provavelmente relataram. Até que no dia 17/10/2021, 1 mês e 3 dias antes da final, tive uma lesão seríssima e quebrei dois ossos do tornozelo, os dois maléolos. A dor era insuportável, mas o desespero de não conseguir viajar foi ainda maior. No dia 19/10/2021, dois dias depois da lesão e exatamente 1 mês antes da data da viagem, precisei fazer uma cirurgia e colocar uma placa e 6 parafusos no tornozelo. Foi quando começou o verdadeiro desafio, a luta contra o tempo e o cuidado rigoroso para estar apto a viajar e ver esse jogo in loco.
Desde a dieta até os exercícios, fiz tudo o que era preciso para conseguir estar minimamente bem. A dor para conseguir evoluir rápido foi enorme. Mas consegui evoluir até ter o OK do médico para viajar. Quer dizer, não foi bem um OK, foi um “dá pra ir, mas você sabe dos riscos”.

A viagem, obviamente, não foi fácil. Muita dor, não apenas no pé, no corpo todo, devido a limitação de movimentos. “Dor e ansiedade” é o que resume a ida até Montevidéu. Chegando lá, tivemos que encarar toda aquela bagunça feita pela Conmebol para retirar o ingresso.

Até aqui, em poucas horas no Uruguai já tinha andado muito mais do que em todo o período de recuperação. Não era fácil caminhar de muletas. Saímos para o estádio e ali pensei que não conseguiria chegar. Não havia mais força, as mãos que forçavam a muleta já estavam com calos, os braços doloridos e o pé começando a inchar. Quem estava lá, deve se lembrar do desvio que a organização fez, precisando dar a volta em uma quadra aumentando muito mais a distância. Tentamos cortar, não deixaram. Pedimos ajuda, não ajudaram. Uber não podia entrar. Não tinha o que fazer, tinha que encarar todo aquele caminho de subida, já sem folego e sem força. Muitos Athleticanos que passavam por mim me davam força e incentivavam, o que me ajudou a conseguir ir mais longe. Quando já não tinha mais jeito, meu irmão literalmente me levou nas costas e dividiu comigo o desafio de chegar até lá. A frase “o Athletico nos une, a união nos fortalece” nunca fez tanto sentido para mim como naquele momento. Sozinho eu não conseguiria chegar, mas com a ajuda do meu irmão, conseguimos chegar faltando poucos minutos para começar a partida. O trajeto que muitos fariam em 20 minutos, levamos mais de 1 hora para conseguir fazer.

Já vivi momentos emocionantes com o Athletico. Já vi gol no último minuto, já vi títulos, já perdi títulos, já vi muita coisa que me emocionou. Mas chegar no estádio e ver a ficha caindo de que eu tinha conseguido, junto com meus irmãos, e que aquilo era real, foi tranquilamente uma das maiores emoções que eu já senti. Subi as escadas de acesso das arquibancadas com os olhos marejados. Consegui conquistar dois títulos no dia 20/11/2021. O primeiro foi chegar lá e o segundo foi o do nosso querido Furacão. Na hora do gol, foi impossível conter as lágrimas. As lágrimas eram pelo gol, por estar perto do título, por estar ali e por todo o sacrifício que precisei fazer para chegar lá. Valeu a pena cada esforço para ver meu maior ídolo no futebol fazer o gol do título. E faria TUDO de novo para estar lá com o Furacão.
Dia 12/12/2021 terá uma nova história, mas dessa vez o destino é Belo Horizonte. Não espero que desta vez seja mais fácil, pois se não é difícil, não é Athletico.

Postei um vídeo que fizeram e me mandaram na chegada ao estádio:



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