Um herói em tempos modestos
Nesta quarta-feira, 24 de novembro, foi o “aniversário” de 9 anos do último acesso rubro negro. Se há exatamente uma década o clube amargava o rebaixamento da elite nacional, o ano de 2021 ficará para sempre marcado na memória atleticana como o ano do bicampeonato da Copa Sudamericana. Mas dada a lembrança daquele acesso, o Troféu Joinha dessa semana traz a grande figura daquela partida: o zagueiro Cleberson.
O atleta chegou à base do clube como volante em 2010, após ter disputa a Copa São Paulo de 2009 pelo Rio Claro. Tido como promessa, Cleberson estreou em abril de 2009 na vitória contra o Paranavaí na Vila Capanema. Naquele ano o Furacão jogaria a Série B e mandava suas partidas longe da Arena da Baixada, que estava fechada para a reforma da Copa do Mundo. Nesse contexto, era preciso apostar na base.
Foi o técnico Juan Ramón Carrasco que subiu o jovem para o profissional, também ele foi responsável de recuá-lo para a zaga e, apesar das críticas nos anos seguintes, a mudança rendeu frutos em 2012. Junto ao experiente Manoel, Cleberson viveu bons momentos e teve a sua consagração na última rodada daquela Série B.
Com 70 pontos, o Furacão ainda não tinha o acesso garantido. Se formava um clima de guerra no Janguito. O Paraná Clube não tinha chances de subir, mas tinha tudo complicar a vida do rival. Ainda assim, quem saiu na frente foi o Athletico, com gol de Cleberson, o primeiro dos 10 que faria com a nossa camisa.
No segundo tempo, porém, o Paraná voltou melhor e empatou o jogo aos 19, com Anderson. A partida assumia um tom dramático cada vez maior e a tensão estava estampada no rosto dos mais de 6 mil presentes. O alívio com o pênalti a favor aos 28 minutos virou tragédia quando Marcelo Cirino acertou o travessão e ainda viraria terror quando o São Caetano fez 2×1 no Guarani em Campinas. Um gol do Paraná Clube decretaria a permanência na Série B.
Encurralado no setor defensivo, o rubro negro brigava contra o “abafa” paranista na raça. Foi com ela que Cleberson brilhou novamente, salvando uma bola em cima da linha já nos acréscimos da partida. O empate rendeu a volta à elite nacional.
Dali para frente, porém, o zagueiro não viveu grandes momentos. Muito cobrado pela torcida e com atuações abaixo da média, Cleberson fez parte do elenco até 2017 mas pouco atuou, de fato, sendo uma das últimas opções na posição. No ano seguinte foi anunciado pelo Figueirense, depois pelo Sport e hoje está no Juventude.
É claro que nossa história teria sido diferente sem aquele acesso, mas o quão exatamente é impossível precisar. Toda geração tem feitos no seu presente que se tornam glórias do passado e Cleberson com certeza tem seu nome marcado na história do clube