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28 nov 2021 - 20h14

Faça você mesmo se sentir bem

Na semifinal, estava assistindo jogo com minha mãe, que é louca pelo CAP. Nem sabia se iríamos para a final, mas comentei com ela: se nos classificarmos para final eu vou para o Uruguai.

Ela me olhou com aquela cara de desconfiada e sem colocar muita credibilidade, mas tudo bem. Acabou o jogo, fomos para final e eu repeti: vou para o Uruguai assistir a final. Ela sem “botar” muita fé em mim, mas não disse nada.

Quando começaram as notícias sobre valores dos ingressos, que seriam em torno de U$150,00 comentei novamente e ela me disse: tem certeza que irá pagar mais de R$800,00 para assistir o jogo fora as despesas de viagem? E eu respondi: sim, nem que eu tenha que ir a pé. Logo disponibilizaram a venda a U$100,00 e eu comprei, quando mostrei para ela, aí sim acreditou que eu iria, mas me perguntou como você vai? E eu respondi: sozinho de carro. De novo gerou aquela dúvida nela, cogitou até me pagar a passagem de avião.

Mas falei: não, eu quero ir de carro. Foram se passando os dias até que chegou dia 17, o dia em que decidi sair de Curitiba com destino a Montevideo. Acordei, fui fazer o teste de COVID, passei na novena do Perpétuo Socorro e as 9:00 da manhã comecei a jornada.

Dirigi no primeiro dia aproximadamente 850km e passei a noite na cidade de Camaquã/RS, saí de lá na quinta-feira dia 18 chegando na fronteira perto de 12:00, mas ainda sem receber o resultado do exame do COVID. Liguei para medme, me enviaram o resultado, que era negativo e fui para a imigração, quando me falaram que faltava a declaração de saúde, tive que voltar para o shopping Dutty Free, liguei para minha namorada que preencheu tudo no site e me enviou, mas nessa fiquei mais de 2 horas parado na fronteira.

Depois de tudo resolvido e ter entrado no Uruguai o restante da viagem, cheguei aproximadamente as 19:00 lá, viajante “experiente” que sou, esqueci de habilitar o roaming internacional no celular e avisar os cartões de crédito que sairia do Brasil e utilizaria-os.

Mas não tinha nem reserva de hotel. Parei no shopping onde seriam trocados os vouchers pelo ingresso, mas já haviam encerrado as trocas na quinta-feira. No estacionamento do shopping comecei a tentar resolver o cartão de crédito, o roaming e ver onde iria dormir. Na média os valores dos hotéis estavam em R$600,00, consegui um bem mais em conta e daí em diante foi só curtir a viagem e esperar o momento do jogo.

Na sexta-feira, peguei o ingresso e fui para a embaixada das torcidas, entrar mais no clima da final. Então chegou o grande dia, a expectativa de chegar 17:00 horas, fui para o estádio centenário as 15:00 um calor de derreter, um sol para cada um, mas quando coloquei os pés lá pensei: não existe a possibilidade de irmos embora daqui como vice, pois meu retorno será uma mer#@.

Cantei e gritei como se não houvesse amanhã, saí sem voz do estádio, porém realizado e muito feliz. E o restante da história é só comemoração. Retornei por Punta del Este e por onde passava encontrava não uma e nem duas camisas e faixas de campeão, eram mais de 50, fácil.

Retorno até Chuí no domingo e o restante na segunda-feira, totalizando 3218 km em 5 dias SOZINHO (EU, DEUS E MEU PAI) e no coração as pessoas que ficaram aqui torcendo pelo Furacão e por mim. Custo alto sim, mas valeu cada centavo, cada noite mal dormida, cada km rodado. Faria de novo? Quantas vezes for necessário. Agora é pagar as promessas feitas, e começar a se preparar para buscar a Libertadores onde quer que seja.



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